A CORAGEM DE CRIAR

A CORAGEM DE CRIAR

Autor: Rollo May

Tradução Aulyde Soares Rodrigues

Editora Nova Fronteira - RJ – 1975 – 143 páginas

Rollo May, professor, teólogo e psicanalista estadunidense, nascido em 21/04/1909, Ohio e falecido em 22/10/1994.

O autor defende a tese de que não existe ser humano que não seja criativo e aponta as duas condições para que a capacidade de criar se torne algo comum a todos: coragem e liberdade.

Define coragem como Kierkegaard, Nietzsche, Camus e Sartre: “coragem não é a ausência do desespero, mas a capacidade de seguir em frente, apesar do desespero”(p.10). Segundo o autor é o alicerce donde brotam as outras virtudes e valores. É necessária para que o homem possa firmar-se e comprometer-se.

Defende que a criatividade é o processo de criar algo novo. Está, portanto, entre arte como habilidade e a arte genuína. Está presente em todos os tipos de trabalho, citando Webster: “é basicamente o processo de fazer, de dar a vida” (p. 39).

Apresenta em seguida como se dá o processo de criação que se inicia no momento do encontro do artista com o que deseja representar e nesse processo há um crescimento, cada vez maior, da consciência do mundo, chegando à percepção de que para se criar algo novo é necessário desconstruir o que já existe.

O autor aponta que as pessoas criativas são capazes de viver com a ansiedade e lutam em busca da significação, porém vivemos num mundo onde a arte e a imaginação não são devidamente valorizadas, são “vistas como enfeite do bolo e não como o alimento essencial à vida.” (p127).

A obra está dividida em sete capítulos: A coragem de criar; a natureza da criatividade; a criatividade e o inconsciente; a criatividade e o encontro; o oráculo de Delfos como terapeuta; os limites da criatividade e a paixão pela forma.

O leitor é chamado à reflexão sobre seu papel criador no mundo, sobre o quanto contribui e como contribui para a sua estruturação.

Para bom entendimento da obra faz-se necessário conhecimento básico das correntes filosóficas, e da psicologia existencial, linha de trabalho do autor, porém o uso de exemplos, de vivências facilita o entendimento.