ROMANCE À BRASILEIRA

AMORIM, José Edílson. Romance à brasileira. João Pessoa: Editora Bagagem, 2003.

José Edílson Amorim fez graduação em Letras na Universidade Federal da Paraíba (1979), realizou Mestrado em Letras na UFPB (1989), na área de concentração em Literatura Brasileira, e cursou o Doutorado em Letras na mesma instituição e na mesma área de concentração (1998). Professor da UFPB desde 1983, atualmente é professor adjunto da Universidade Federal de Campina Grande, com atuação na Unidade Acadêmica de Letras, onde dá aulas de Literatura e desenvolve atividades de pesquisa com os seguintes temas: literatura e sociedade; leitura do texto literário: análise e interpretação; Machado de Assis e o século XIX no Brasil; literatura regionalista (Graciliano Ramos e José Lins do Rêgo entre outros autores brasileiros).

Nos tempos modernos nasceu o romance, que abrigava em si ainda formas escritas da tradição culta como a epopéia e a novela de cavalaria. A epopéia tinha como tema as lendas e os feitos de grandes povos heróicos, e a novela de cavalaria valorizava os heróis nacionais, que exibiam sua valentia provando sua fé e lealdade, auxiliados por Deus.

A relação entre romance e sociedade foi permeada de pactos e conflitos, e estudada pos estudiosos como Georg Lukács e Mikhail Bakhtin. Lukács traça uma linha de evolução que vai da epopéia ao romance, segundo o seu legado Marxista, o romance seria a expressão da sociedade capitalista. Baktin via o romance como um gênero inacabado, investigando assim as formas marginais e populares que estavam nas suas raízes.

O romantismo constitui vasto movimento de idéias que articulam a representação artística com um rico painel social, marcado por mudanças que ocorrem num ritmo vertiginoso.

O romantismo e o romance viveram um sentimento de ambigüidade com relação ao mundo burguês, por vezes se conformando, e por vezes buscando a ruptura.

A formação do romance brasileiro, este sendo um produto do período romântico e dele compondo uma feição ampla, confluem ânimos diversos, à maneira diversa de nossa formação, ou melhor, à maneira diversa da formação de nossa intelligentzia: é a tarefa de combinar o ponto de vista que norteou a intelectualidade romântica - o nacionalismo literário - com as novas idéias da Europ, sem as quais perderíamos o bonde, ou, mais precisamente, o trem da modernidade. isto na fatura de um gênero com tradição garantida na cultura ocidental.

Os leitores do romance eram em sua maioria mulheres e estudantes, assim, numa contribuição mútua ao desenvolvimento da publicação de obras literárias, unia-se, ao desejo dessas categorias pela leitura, o interesse da imprensa, que começava a tornar frequente a edição do folhetim literário, iniciado por volta de 1830. Com este público e com o desenvolvimento da imprensa, estão dadas as bases para a confecção de nosso romance romântico.

Esta obra apresenta especial interesse para estudantes e pesquisadores de História e Letras. Pode ser utilizada tanto a nível de graduação como de pós-graduação, pois apresenta linguagem simples.

Deborah Henrique
Enviado por Deborah Henrique em 09/05/2011
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