O Pequeno Filósofo


O livro é O Pequeno Filósofo , de Gabriel Chalita, Editora Globo, editado em 2011 e tem ilustrações de Thaís Linhares, e 115 páginas. Pequeno no formato, enorme no conteúdo.

Gabriel Chalita apresenta nesse livro dois personagens: um homem de meia idade e, um menino, um pequeno filósofo. Os dois iniciam um diálogo no qual as perguntas ficam sem respostas, num processo maiêutico de reflexão sobre questões cotidianas de relacionamentos (pais, família) a questão de observação dos elementos, dos sentimentos das nossas vidas.

A história, uma ficção/filosofia, começa numa viagem de trem com paradas estranhas em estações estranhas em que as pessoas são autômatos, na falam, não se comunicam, não se vêem; há um silêncio absurdo; nem os próprios passos ouvem.
“As pessoas realmente não se comunicam?” “ Existe mesmo esse silêncio?”
Por que não se abraçam quando se despedem pra entrar no trem e partir?
Por que não se abraçam quando se encontram na estação em cada chegada?
É preciso esse abraço? Ele é essencial para as pessoas? Saber observar é essencial?

São algumas das questões que o homem faz e que o pequeno filósofo deixa sem resposta para que ele encontre a sua resposta, pois cada um tem uma essência, uma necessidade que é preciso saber descobrir, observar, sensibilizar-se, olhar com olhos de ver. Ver as plantas as águas do rio que se movimentam e nunca param e não se sabe e não se vem o seu interior de cima de uma ponte.

A história é entrecortada com visões e diálogos com alguns animais, em sonhos: um Cão e uma Porca. Mesclaa de sentimentos que o homem nutre contra o pai; uma distância transformada em raiva, no mínimo. Dona Porca representa seu irmão, um rapaz, mal educado, preguiçoso, invejoso e barulhento ; ele queria que também morresse. O único carinho que teve na vida foi da mãe e foram poucos os abraços, mas ele gostava da mãe que o pai desprezava e traía.

Numa das paradas, em silêncio, as pessoas abrem armários e retiram de lá corações; outras devolvem os corações e trancam os armários. Como podia acontecer tal fato? Ele tinha um coração? Poderia tirá-lo do peito, poderia depois devolvê-lo?

Em suas memórias o homem lembra-se da família dos filhos e que estava tratando todos do mesmo jeito, sem sua presença, sem os ouvir, sem lhes falar, girando em círculos sem sair do lugar. Simplesmente repetia os comportamentos observados na sua infância.

Na última estação ele descobre o significado da sua viagem onírica junto ao pequeno filósofo.

A linguagem do livro é leve, é rápida, fácil de entender, mas não traz respostas às questões. Cada leitor descobre a sua resposta dependendo do seu grau de entendimento, de compreensão.



 
MVA
Enviado por MVA em 03/01/2012
Reeditado em 03/01/2012
Código do texto: T3419527
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