O livro de Danuza Leão



 
            Em um  mundo tão complexo e diversificado,  penso que será inteligente procurarmos ser ecléticos. Pelo menos, de vez em quando.  É bom sabermos tocar mais de um instrumento, nem que seja para sair um pouco de nossa rotina.
            Por isso estou hoje aqui falando de resenha de livro. Não sei se já falei com minhas amigas e amigos que gosto de ler qualquer tipo de livro. Claro, tenho minhas diletas preferências.  Os de filosofia e psicologia são meus livros de cabeceira. De alguns poetas, recente descoberta minha (não sabia que gostava de poesia), também.  Vou confessar, o livro não é de poemas, mas o autor é poeta: Fernando Pessoa!  Sim, está  na minha cabeceira “ O livro do Desassossego”.     
            Embora eu tenha talvez um temperamento filosófico, reconheço, como dizia David Hume, que o filósofo também está perdido no homem comum.   
            É bom não desprezar as coisinhas de nossas vidas: viagens, turismo, lugares onde moramos, famílias, amigos, amores, etiquetas, comidas, éticas, hábitos, modismos, que vão e vêm. Ela fala com propriedade, de todos estes itens.
            Pois é,  amigos e amigas, estou falando do novo livro da charmosa modelo Danuza Leão, de uma geração anterior à minha, portanto mais velha que eu. Sou da chamada geração de ouro da irmã dela, Nara Leão, a cantora, colega de científico do Colégio Mello e Souza, na rua Xavier da Silveira, em Copacabana, Rio de Janeiro. Não por coincidência, minha filha mais velha chama-se Danuza.
            Minha irmã Anamaria (Naná) teve a delicadeza de me enviar o livro “É tudo tão simples”, da Danuza. Ela me escreveu, com um sorriso nos lábios, dizendo assim: “conheço teus gostos, por isso mando o livro da Danuza, sei que vais amar...”
            E amei tanto que estou a recomendar aos amigos o excelente livro de Danuza Leão.
            Adorei saber que a Danuza detesta multidões e que chegou num ponto de sua vida em que atingiu  a simplicidade. Foi o bastante para identificar-me com ela.
            Aconselhando a compra desse delicioso livro, deixo aqui  algumas frases dela:
            “A vida da mulher se divide em três fases: a primeira, quando é uma gatinha; a terceira, quando já desistiu de encontrar o homem de sua vida, e a segunda, a melhor de todas, que vai até -  bem, até quando, depende de cada uma.”
            “Pense bem: você talvez seja velha demais para encontrar um senhor que a ajude, mas jovem demais para sustentar um gigolô”
            “E não custa lembrar: ter cara de rica envelhece”.
            Bem, vou dizer aqui em segredo, segundo a Danuza, o período de ouro da mulher: de 45 a 55 anos.  Ah! e não se usa mais perguntar a idade, seja da mulher, seja do homem. Concordei, com aplausos!   
            Adorei quando ela encerra seu livro falando do futuro. Relembra um pensamento do ator Humphrey Bogart em 1950 dizendo que a humanidade está três drinques atrasada. E Danuza conclui: “Como homenagem a Bogart, a humanidade será obrigada a tomar três doses de bebida – não mais- todos os dias antes do almoço, para que viva permanentemente, dez centímetros acima do nível do mar, assim as pessoas vão ficar mais divertidas, mas gentis, mais suaves, mais alegres, mais bem humoradas, a vida melhor...” Me diverti muito quando ela diz ainda sobre o futuro, fazendo blague: “o casamento será banido, e a união estável tolerada, com moderação. Com um ano de coabitação o casal pagará uma multa equivalente a trinta salários, no segundo ano o valor subirá para sessenta salários, e havendo persistência no crime, os acusados serão processados. Haverá um grande movimento contra a discriminação dos héteros, com direito a passeatas de homens de terno e gravata, e mulheres  vestidas de pretinho básico e pérolas. Afinal, é preciso aprender a conviver com as diferenças.
            Ela nos diz, brincando, que as coisas entram e saem de moda, mas no fundo, acaba tudo sempre igual.    
            Precisava ler um livro como esse para me atualizar. Me atualizei...