Sobre a cooperação (Karl Marx)
Marx dedica grande parte do seu primeiro livro do Capital para discorrer acerca da cooperação. A cooperação está diretamente vinculada à divisão social do trabalho e dos modos de produção capitalista, seja em suas formas mais simples ou complexas.
A cooperação é definida no capítulo XI, através da concentração de numerosos trabalhadores que atuam lado a lado, seja num único processo ou processos diferentes e relacionados. Dessa forma, os trabalhadores cooperam entre si, ou melhor, dizendo, trabalham em cooperação.
Para melhor elucidar esse exemplo Marx nesse mesmo capítulo, cita um esquadrão de cavalaria que trabalha em equipe, juntando toda sua força e não individualmente, sendo essa uma operação indevida na guerra. Desse modo, Marx afirma que a cooperação leva a força criativa e social do trabalho que vai muito além das somas das partes que a constituem.
Nas palavras de Marx, quando o trabalhador coopera sistematicamente, ele fica livre dos grilhões da individualidade e pode vir a desenvolver as potencialidades de sua espécie.
Para Marx esse processo de cooperação está presente em qualquer período histórico. Para ele o homem não é um animal plenamente político no sentido aristotélico, mas sim, um animal social.
Apesar de a cooperação existir em modos de produção anteriores, é no capitalismo que ela pode ser sistematicamente explorada, graças ao contrato que propicia que os trabalhadores assalariados estejam disponibilizados permitindo que possam ser reunidos em um número considerável.
Consequentemente, o trabalho através da cooperação requer uma influencia do capitalista que busca um principio organizativo através da ordem e a harmonia em qualquer circunstância. Na produção capitalista, tanto para Marx ou para outros autores mais recentes como Foucault, essa organização está ligada diretamente ao disciplinamento dos trabalhadores.
A maior produtividade passa então a derivar do poder do capital e do capitalista, que por sua vez, gera a mais-valia.