PNL- A FANTÁSTICA FÁBRICA DE PENSAMENTOS
 
      Evoluímos de dentro para fora, tanto fisicamente como em termos psicológicos. Nossa estrutura orgânica é construída na forma de um processo que se inicia no mais recôndito das células e se espalha por todo o organismo.
     De dentro para fora, de baixo para cima, a partir dos centros inferiores, os centros superiores do cérebro vão se estruturando gradativamente. Partindo do tronco cerebral, em volta da medula espinhal, um grande bulbo de tecidos ondulados, chamados neurônios,á medida que nós vamos nos interando com o mundo e aprendendo, vai se dispondo em camadas sucessivas, como se fosse as folhas de uma cebola.
Nosso cérebro é adubado pela sua própria atividade. Quanto mais ele é exigido, em atividades produtivas como memorização, raciocínio, associações, identificação, mais neurônios ele produz e conseqüentemente, mais fértil ele fica. Ele é informado pelo mesmo princípio que rege a vida orgânica: quando dela nada se é exigido ela definha e morre. O cérebro também.
Uma criança sadia nasce com aproximadamente trinta por cento de suas ramificações neurais. À medida que vai se interando com o mundo, o resto dessa rede vai se completando. Uma pessoa adulta normal tem cerca de cem bilhões de neurônios, distribuídos em uma rede que vai sendo ampliada à medida que ela pensa e sente. Pensar e sentir são, pois, os exercícios que fortalecem e mantém o nosso sistema neurológico saudável.
     Todas as espécies animais têm uma estrutura cerebral semelhante, mas os mamíferos apresentam uma particularidade: eles possuem um sistema límbico, espécie de camada neural que circunda o tronco cerebral. Esse sistema funciona como um tipo de laboratório, onde as emoções são processadas. Os estados emocionais que tomam conta de nós são produtos da ação dessa camada neural sobre o sistema nervoso. É também no interior dessa camada que se desenvolvem as habilidades da memória e da aprendizagem, características essas que são responsáveis pela capacidade que o organismo tem de registrar as informações e trabalhar as respostas que deve dar a elas.
    Entretanto, os seres humanos, entre os mamíferos, apresentam mais uma particularidade. Neles desenvolveu-se outra camada neural, denominada neocórtex, onde se alojam as faculdades intelectuais. O neocórtex é a sede do pensamento, onde se processam as nossas reflexões. É nesse autêntico laboratório feito de neurônios, que a atividade psíquica é processada, permitindo a sua organização num acervo cultural de informações, que são catalogadas com os títulos de crenças, critérios e valores.
     O neocórtex acrescenta a cada informação registrada, uma opinião a respeito dela. É assim que surgem as idéias que representam os símbolos, a arte, as crenças, os critérios de julgamento, a organização e o planejamento.
     É no interior dessa camada neural que se alojam as estruturas que permitem a vida em sociedade. Por isso, ali também encontraremos os nossos conceitos de moral, ética, convenções, o sistema de valores, enfim, todos os componentes da cultura social da humanidade, adquiridos pelos indivíduos em toda a longa história da vida da espécie humana sobre a terra. No conteúdo dessa estrutura cerebral reside a diferença entre os seres humanos e as demais espécies criadas pela mãe natureza.
    Essa é, em resumo, a composição da nossa fantástica fábrica de pensamentos e sentimentos, que no conjunto, parece um verdadeiro laboratório onde a nossa vida é planejada e decidida. É importante conhecê-lo em seus meandros, estrutura e formas de processamento, para que possamos participar, conscientemente, de sua administração. Caso contrário, poderemos nos tornar uma espécie de sociedade anônima, onde seremos detentores da maior parte das ações, mas totalmente comandados por estranhos, que não foram escolhidos nem contratados por nós.


Exercício

     Existe algum comportamento que você gostaria de praticar, mas não consegue por algum motivo? Se você respondeu sim, ( e praticamente todos nós podemos estar enquadrados nesse rol), então pode ser que você esteja sofrendo do clássico problema em que um nível neurológico de hierarquia superior está interferindo em um comportamento de nível neurológico inferior, bloqueando-o. Exemplo: digamos que você gostaria de ler um pouco mais, mas não consegue. O exercício a seguir pode ajudá-lo a equilibrar melhor esses níveis.
 
  1. Marque quatro locais no chão com as seguintes identificações.
  
                                                                                                         

(QUERO LER MAIS)   (POR QUE QUERO ISSO)  (O QUE ME IMPEDE) (O QUE GANHO COM ISSO) 
                 ♦                                               ♦                                                      ♦                                              ♦

                                          
  1. Entre no local nº 1 e pense no comportamento que você quer ter, mas não consegue. ( ler mais, por exemplo).
 
  1. Vá para o local 2 e pergunte-se o motivo pelo qual você quer ter esse comportamento.( Ex. você pode querer ler mais para poder se comunicar melhor com os seus filhos, ou para adquirir conhecimentos que o ajudem a ter melhor desempenho social ou profissional). 
 
  1. Passe para o local 3 e pergunte-se por que você não pratica esse comportamento. O que o impede? ( Ex. Você pode estar dizendo para você mesmo que não tem tempo para isso e ler é muito cansativo). Quando descobrir esse motivo, pesquise em que submodalidades você representa essa crença no seu cérebro. (o que você ouve, vê e sente quando diz isso para si mesmo).
 
  1. Passe para o local 4 e pense em um motivo superior que faria você superar os impedimentos que você levantou no local 3. Que valor maior você poderia encontrar na leitura, que fosse capaz de levar você a superar esses impedimentos? (“Ex. Vou melhorar o relacionamento com os meus filhos”, ou “meus filhos vão me respeitar mais”, ou as pessoas vão me olhar e ouvir com mais respeito etc. ). Quando você imaginar esse, ou esses motivos, procure descobrir em que submodalidades o seu cérebro representa esse novo comportamento.(o que você vê, ouve e sente quando se imagina assim?
 
  1. Volte para o lugar nº 1 levando essa imagem com você. Ancore-a com um toque em algum lugar do seu corpo. (Um lugar de fácil acesso).
 
  1. Com esses valores em mente, volte para o local 4 sem passar pelos outros três.
  2. Levando esses valores em mente passe para o local 3. Dispare a ancora e pergunte-se se não há uma forma de encontrar um tempo para ler e ao mesmo tempo descansar fazendo isso. Imagine-se praticando esse comportamento e coloque nesse pensamento as imagens, os sons e o sentimento que você eliciou no item 5.
 
  1. Com essa imagem em mente entre no local 2 e pergunte-se se esses valores estão compatíveis com o seu desejo e se nenhuma “parte” em você está rejeitando esse comportamento.
 
  1. Se a resposta for positiva ( é compatível e não há rejeição), passe para o lugar nº 1 e faça uma ponte ao futuro. Imagine-se em algum momento no futuro com essa capacidade. O que você vê, ouve e sente quando se imagina assim?

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DO LIVRO "Á PROCURA DA MELHOR RESPOSTA- BIBLIOTECA 24X7- 2010
João Anatalino
Enviado por João Anatalino em 14/03/2013
Reeditado em 14/03/2013
Código do texto: T4187898
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