Resenha impressionista para "Vermelho Brasil"

França Antártica

Gostei muito de ler este "Vermelho Brasil", de Jean-Christophe Rufin (Objetiva, 2002, 408 páginas). Neste semestre, estou estudando francês, e um dos textos trabalhados em aula tratava da França Antártica. Esse foi o primeiro ponto de interesse no livro para mim, logo que vi o subtítulo dizendo "O Romance da Conquista do Brasil pelos Franceses". E, recomendando ainda mais, a informação de que o livro recebeu o Prêmio Goncourt 2001.

Gosto muito da ambientação dos romances históricos como este. Eles fazem com que o leitor se sinta quase fisicamente presente no tempo e no palco dos acontecimentos. Esta história é tão bem contada, com a recriação de tantos detalhes desta parte "esquecida" da história do Brasil, verdadeiros e ao mesmo tempo inverossímeis, que me lembra os livros do historiador gaúcho Eduardo Bueno, o Peninha. Imaginei se, em nossas aulas de história fossem recomendados livros de ficção como este, creio que os estudantes certamente se sentiriam envolvidos com a história! Por outro lado, pelo lado mais literário e menos histórico, a aventura, as paixões, o idealismo e o "carisma" dos principais personagens me lembraram as histórias de Alexandre Dumas. E as intrigas, as traições, os conflitos de poder, os rituais religiosos, as guerrinhas de religião, me lembram as Crônicas de Gelo e Fogo, de George R.R.Martin.

Adorei a narrativa, que nos conduz avante e atrás no tempo na hora exata, explicando o que precisa, sem perder o ótimo ritmo. :) Gostei muito de inúmeras frases, muito poéticas dentro da história, especialmente ao falar de Colombe-Colin-OlhoSol, e suas decisões em sua nova vida, e também de Just e seus devaneios. Gostei muito da "libertação" psicológica dos personagens principais, que a cada parte da história foram amadurecendo ao perceber as dificuldades de sua nova vida, e ao perceber o que, realmente, para eles, era o mais importante a ser preservado.

30/06/2013