“O apanhador no campo de centeio”, D. Salinger,  é um livro tão famoso quanto antigo. É narrada a história de um adolescente de 13 anos expulso do colégio em Nova York. Publicado, logo depois da II Guerra, o livro revela a insatisfação e mesmo inadequação da juventude com a sociedade organizada pelos adultos. Foi pioneiro nos EUA o fato do livro ser narrado por um rapaz de 16 anos, com a linguagem de sua geração e os problemas de um jovem dessa idade. 
É uma obra bem realista. Não faz dos jovens um modelo ideal. Holden Caulfield, como seus colegas, parece incapaz de relacões significativas com as pessoas em volta deles: família, professores do colégio e os próprios colegas. O fantasma de um irmão morto, a sombra de outro irmão, ambos mais capazes e inteligentes do que ele, a irmã menor com a qual ele se relaciona melhor, mas mesmo assim... O velho professor lhe diz: “A vida é um jogo que se em de jogar conforme as regras”. Parece que essa é a única lição que a sociedade tem para ele. E ele não gosta de nada e quer fugir de tudo. Reli o livro pensando nos/nas jovens que conheço e com os/as quais convivo mais. Não diria que são vazios, mas a questão é saber que perspectivas de vida ou propostas de mundo e de sociedade, a escola, o país e as instituições atuais lhes oferecem...