Capítulo 15 - Dias melhores

Ela estava na varanda naquele sábado de chuva, ouvindo o som dos pingos sobre a calçada, eu e Daniel estávamos na garagem, conversando sobre a proposta de emprego, eu decidi aceitar já não me sentia tão feliz trabalhando com meus tios e com todo esse clima recente, ver Jack não era uma boa ideia por enquanto.

Fomos a Dallas à tarde, lá havia um museu realmente incrível com grandes esculturas da guerra civil, cavalos, soldados e outros completavam aquele lugar, duas horas depois eu já estava do lado de fora esperando que Daniel saísse também. Ele saiu e me lançou a chave do carro, cinco minutos depois já percorríamos na estrada voltando pra Garden Grove.

Conversamos sobre a empresa, finanças, gerenciamento e coisas do gênero, nunca tinha me interessado e me sentido tão a vontade em falar disso. Deixei o carro na frente da garagem, já passava das seis horas da tarde, então fomos jantar, na mansão havia uma área de festas que por incrível que pareça eu ainda não tinha visto, ela ficava entre algumas árvores atrás da casa, era uma espécie de cabana com telhados diferentes e paralelos, um sobre o outro, tinha uma churrasqueira e uma cozinha, um grande fogão a lenha e três mesas com seis lugares cada, era realmente um pedaço de silêncio sem fim aquele lugar.

Eu passei na biblioteca na segunda-feira, levei alguns livros de poesia pra casa, e deles queria poder inventar uma minha, pra ler para Lya, passei três dias lendo elas aos poucos, e depois de mais de duzentas páginas de poemas, sonetos e todos os tipos de poesia eu acabei...

...

Eu abri meus olhos noite passada e vi você

perdida entre todas aquelas estrelas

onde a lua tornava - se pequena

com o seu brilho, meu amor.

Eu gostaria de me fazer acreditar

que tudo passaria devagar

tempo juntos nunca é o suficiente

Quando você e eu estamos a sós,

eu nunca me sinto tão em casa.

Olá querida, saia da cama

vamos correr pelas calçadas no sol

e espalhar toda a areia da praia

então eu digo : você é a pessoa

que eu mais quero ver bem.

...

Então eu tentei usar uma voz sexy, como eu não tinha essa, usei a minha voz convencional, e quase fui enforcado com um abraço forte depois de lê-lo para Lya, eu me sentia bem, era o que importava, ela me mostrava um brilho nos olhos, alguma coisa me fazia acreditar nisso, então fomos até a varanda, era tudo que eu lembrava daquela noite.

Encontrei Sabryna no centro na quarta-feira, ela parecia um pouco espantada, porém era uma reação um pouco normal vindo dela, nos sentamos em um banco e conversamos.

-Olá Will, como está a Lya?

-Olá, bem e você como está? - respondi.

-Bem, eu e o Dylan vamos embora na sexta, acho que as coisas vão ficar complicadas, Bianca não para de chorar.... bem, acho que você não quer saber disso.

-Bom, não fiz por mal eu não quis que ela sofresse, eu apenas não sentia mais aquela paixão.. - ela me interrompeu.

-Ei, eu sei, você sempre me demonstrou isso, sinceridade e caráter, acho que são duas qualidade relativamente importantes hoje, mas enfim, você fez o que achava certo, o que admiro ainda mais em ti, a gente tem que se importar com a nossa felicidade mesmo fazendo alguém sofrer, sempre terá outra peça para se encaixar nesse grande quebra-cabeças.

Nos despedimos e fui para casa, assisti um pouco de televisão com meus pais e fui ler um velho livro que guardava na gaveta do bidê, dormi na página quarenta e seis...

Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 09/11/2013
Reeditado em 09/11/2013
Código do texto: T4564074
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