DE: PASTOR A: PASTOR

De: Pastor A: Pastor, Princípios para ser um Pastor segundo o coração de Deus.

Lopes, Hernandes Dias. Hagnos. 168p. 2008.

Por Seminarista Paulo Lopes

É um livro escrito por um pastor para pastores e candidatos a pastor. Nesta obra o autor apresenta princípios para aqueles que desejam ser “um pastor segundo o coração de Deus”, enfatizando que antes de pastorear os outros o pastor deve cuidar de si mesmo, e que o pastor não pode, e nem deve, ser inconsistente, porque a sua vida é a base de seu ministério. O autor exorta aos seus leitores afirmando que o sermão da vida é o mais eloquente sermão pregado pelo pastor: “O sermão mais difícil de ser pregado é aquele que pregamos para nós mesmos”. Existem oito pontos tratados nesta obra, que são muito relevantes: “Os perigos do Pastor”, “Os sofrimentos do Pastor”, “O salário do Pastor”, por exemplo, são tratados alguns aspectos que envolvem a vida do pastor; já em “O preparo do Pastor” e “A vida devocional do Pastor”, a ênfase está em princípios que devem nortear àqueles que, como o rei Davi, almejam ser líderes segundo o coração de Deus. O Revº Hernandes Dias Lopes faz uma série de advertências quanto à existência de pastores no ministério que não são convertidos, outros que não são vocacionados, outros tantos que são preguiçosos, gananciosos, instáveis emocionalmente, iludidos, e também os que são arbitrários e os que são vitimas de arbitrariedades; agravante também é a denúncia de que existem os pastores com casamentos destruídos nos ministério, além de haver também aqueles que vivem em pecado, no ministério. Quanto à vocação para o ministério pastoral, o autor demonstra que esta não deve ser entendida como quem idealiza conseguir uma profissão. Ensina o pastor Hernandes que a Vocação é como “algemas invisíveis” e que o chamado divino é “irrevogável e irresistível”. O Revº Hernandes afirma que a Igreja, hoje, precisa de pastores mais bem preparados; homens que vivam na presença de Deus, que tenham intimidade com Deus. Diz ainda que é necessário que aconteça um “avivamento na vida dos pastores” e nos púlpitos, hoje em dia. O pastor é levantado por Deus, treinado por Deus, lapidado por Deus e usado por Deus. Há uma denúncia clara de que o ministério pastoral está atravessando crises: Vocacional, familiar, teológica e espiritual e que, se os líderes estão em crise, a Igreja também está em crise. A partir dos púlpitos isto pode ser observado. Pastores que não se preparam para pregar, pastores que falam somente o que a Igreja quer ouvir, pastores que se preparam intelectualmente, mas não preparam o coração; são cultos, mas são vazios; têm conhecimento, mas não têm unção. Falta piedade pastoral. Falta vida de oração, para muitos pastores. Existe muito planejamento em busca da estratégia certa; mas, falta a busca do poder e da vontade de Deus através da oração. Não há grandes preocupações em se estudar a Palavra de Deus. Sermões vazios e prédicas secas, como palha, que não alimentam ao rebando; pastores preguiçosos que não se dedicam ao preparo da mensagem, com estudo profundo da Palavra de Deus e com vida de dedicação e oração. Hernandes ensina que os pastores precisam estar atualizados e contextualizados; conhecendo o que está acontecendo ao redor do mundo, a fim de aplicar suas mensagens às necessidades da Igreja do Senhor. Os sermões são frios porque os pastores estão gelados! O pastor tem que ser “apaixonado” para que sua mensagem seja cheia de paixão; deve, também, ter um coração quebrantado, para poder pregar para homens de corações quebrantados. O pastor Hernandes destaca que o pastor que é servo não busca conforto, mas conversões; não busca lucro, mas trabalho; e, também, não busca aplauso de homens, mas aprovação de Deus. São apontados como atributos inerentes ao ministério pastoral, os seguintes: Ser um evangelista frutífero, um mordomo fiel, uma mãe carinhosa, um pai exemplar e um obreiro amoroso. Há lições de incentivo sobre vitória nos sofrimentos do pastor através da graça de Deus. Primeira, a graça de Deus capacita o pastor a enfrentar o sofrimento. Segunda, a graça de Deus capacita o pastor a viver vitoriosamente apesar das adversidades. Terceira, a graça de Deus capacita o pastor a ter os valores de vida mais excelentes. E quarta, a graça de Deus capacita o pastor a receber a assistência do céu na hora da morte. São apontados sete tipos de compromisso que o pastor deve ter: Com Deus, consigo mesmo, com a Palavra de Deus, com o Ministério, com a Igreja, com o dinheiro e com a afetividade. Sobre o salário do pastor podemos observar que há dois pontos que se contrapõem: Primeiro quando o pastor age como mercenário e ama mais o dinheiro do que a Jesus Cristo e o seu rebanho. São pastores de si mesmo. Visam mais o lucro do que o ministério. Servem-se das ovelhas, ao invés de servirem às ovelhas. São exploradores e não pastores de seu rebanho. O outro ponto é quando a Igreja permite que seu pastor passe por privações. Há Igrejas que negligenciam em pagar um salário digno aos seus pastores. Existem pastores, bem como famílias pastorais, com grande pesar, por não verem a Igreja valorizar o seu trabalho, e, portanto não lhes dando um salário digno para viverem. São dois extremos: Há pastores que não trabalham e querem receber altos salários e pastores que trabalham e não recebem dignamente.

Esta é uma obra excelente e que deveria ser lida por muitos mais pastores, além daqueles que se sentem chamados para o sagrado ministério. Com tantos aspectos da vida ministerial apresentados, e todos muito bem amarrados com paralelos a diversos textos bíblicos que servem como prova para o pensamento do autor, a leitura desta obra não deixa dúvidas de que há pastores segundo o coração de Deus e pastores de si mesmos, segundo o seu próprio coração. Precisamos de pastores focados no ministério e guiados por Deus e não com olhares fitos nas benesses financeiras e no status que podem trazer o ministério. Precisamos de mensagens extraídas da Palavra de Deus e não baseadas em tópicos de livros de autoajuda. Precisamos de pastores compromissados com as doutrinas e com o genuíno ensino da Palavra de Deus e não com a falácia da teologia da prosperidade e seus afins. Pastores segundo o coração de Deus, pastoreando o rebanho de Deus, mediante as verdades da Palavra de Deus... É desses que precisamos!

PaPeL
Enviado por PaPeL em 08/02/2014
Código do texto: T4683456
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