COMENTÁRIO SOBRE O LIVRO "LOUCA, UMA OVA!" - DE RAY SILVEIRA

Comentário sobre o livro “Louca Uma Ova!”, de Ray Silveira.

Mais uma vez, estou aqui para atender a um pedido do Escritor Raymundo Silveira, conterrâneo e ex-aluno, que apresenta mais uma de suas obras literárias, a qual tenho o imenso prazer em comentar, fazendo merecer a confiança que deposita em meus parcos conhecimentos.

Diante desta maravilha que tenho nas mãos, sinto-me um pequenino grão de areia ao pé de um arranha-céu. Cada texto revela muito do autor, em inteligência, criatividade e dedicação (qualidades descobertas no princípio da vida estudantil), no afã de armazenar em seu intelecto tesouros culturais.

Este “livrinho”, (como se refere), tão bem estruturado quanto ao conteúdo e linguagem, contém o espírito dócil e rebelde, ao mesmo tempo, de um garoto carente de afeto, cuja omissão lhe é motivo, de descrença e insegurança. Em algumas passagens, deixa transparecer essa carência: quando, no seminário, não lhe deixaram falar com seu pai; no afago ao gatinho Menino; quando diz que não sabe o que é o amor...

As frustrações, percebidas nas entrelinhas, levam-no a uma imensa negatividade: “A falta de fé em Deus”. Muitas são as passagens em que o autor menciona fragmentos de incredulidade na existência divina. O pouco tempo, que passou no seminário de padres católicos, deixou em seu espírito, marcas negativas a esse respeito. Mesmo diante dessas circunstâncias, basta olhar tudo o que existe em nosso redor, a Natureza feita para nos servir, até nas pequenas coisas como a beleza de uma flor, o afeto entre os animais, o canto dos passarinhos e milhares de maravilhas que só um Ser Superior e Poderoso pode criar, para termos provas de Sua existência. Amo esse Deus. Jamais existiria outro que nos amasse tanto, a ponto de dar o seu único Filho em sacrifício pela nossa salvação.

Prezado Ray, estou falando coisas que você já sabe. Deus não tem culpa de nada que as religiões inventam. Não perca a sua fé.

Em outra ocasião, demonstra frustração em acumularmos bens materiais e ou intelectuais se tudo vai virar “um montinho de cinzas”… As aspirações por uma vida melhor, todos nós temos. Deus quer que vivamos em abundância, desde que, para isso, não seja preciso pisar alguém. Tudo que você construiu, caro Ray, foi com o suor do seu rosto. Valeu a pena investir no seu crescimento. Como médico, desempenha com profissionalismo e competência, procurando fazer o bem ao próximo; como escritor e poeta, enriquecendo e deleitando o espírito dos amantes do belo. Agradeça a Deus por essa inteligência brilhante e memória rara com que foi privilegiado. Esse tesouro jamais será reduzido a um “montinho de cinzas!” Você é uma celebridade, portanto, imortal.

Pude ver no seu “livrinho”, muita beleza e muita tristeza ao mesmo tempo e cheguei a entender a essência desses sentimentos, no último capítulo: “A tristeza me ensinou muito, deu para entender que na vida não são somente alegrias”. Isso faz o equilíbrio da vida, após a tempestade vem a bonança e vice-versa, pois assim é a marcha inexorável do tempo, que torna a vida terrena mais bela e digna de ser vivida, tornando-nos mais fortes.

Em falando de paixões, elas são o transporte do amor; sem elas, as portas da felicidade ficarão fechadas para sempre. É preciso unir o útil ao agradável... não é? Lembrar de um tempo, mergulhar na saudade de uma vida que não tivemos, nos faz sofrer, mas traz momentos felizes já que recordar é viver. Somos como andarilhos no secreto sonho antigo. Neste momento, em que tomei a liberdade de fazer este comentário, tenho as palavras presas na alma. Espero ter alcançado seus objetivos.

Parabéns, meu querido escritor-poeta-ex-aluno, pelo seu talento. Sua obra literária não é somente "um livrinho", mas um presente à literatura brasileira pela perfeição da linguagem e riqueza de expressões com que é estruturada dentro dos meandros de nossa Língua Portuguesa.

Que Deus o conserve sempre assim. Falei demais. É isso, professora não perde o jeito!... Obrigada, pela oportunidade.

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Maria de Jesus A. Carvalho

Fortaleza, 09/10/2014

Maria de Jesus
Enviado por Maria de Jesus em 09/10/2015
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