O QUE É O PODER

Resenha para a Disciplina de Administração Policial –

Organização Sistemas e Métodos

Universidade Luterana do Brasil

Pró-reitoria de Graduação

Gestão em Segurança Pública e Privada

Prof. Feijó

Canoas

2004

“O QUE É O PODER”

Resenha

(O Que é o Poder, Gerard Lebrum, Brasiliense, São Paulo: 2003).

Ao apreciar a obra “O que é o Poder”, somos levados pelo autor à reflexão do papel do Estado sobre o cidadão. Primeiramente, com a organização social notamos a necessidade de proteção e segurança, mas devido ao grande poder que é delegado aos soberanos, o mesmo transforma-se no monstro que irá nos atemorizar devido à forma como irá governar e decidir as nossas atitudes: se, devem ser certas ou erradas. Se forem certas, de acordo com a lei, estaremos protegidos, mas se forem erradas, seremos alvos de punições para voltarmos ao caminho de simples cidadãos submissos.

Ao delegarmos as nossas decisões de autodeterminação e de nossa vontade ao Estado, diz o autor que estaremos abrindo mão de nós mesmos, fazendo com que sejamos conduzidos como massa de manobra aos desejos do soberano que detém o poder, mas, com a nossa complacência. Assim, decidimos por estarmos seguros e confortáveis.

O poder político é o objetivo do soberano e, através dele somos governados e atemorizados. Mesmo com a consciência de que o poder dos soberanos nos tira o direito de agirmos de acordo com os nossos desejos, ainda assim, reunimo-nos em sociedades, clubes, organizações, etc., para conferir poder a uma pessoa que futuramente irá tomar atitudes contrárias a nossa vontade em nome do bem comum, ou seja, em nome dos interesses dos outros membros da sociedade.

Ao delegar-se o poder a um soberano, moderno, dentro de uma sociedade democrática, onde a essência é o governo do povo, pelo povo e para o povo, notaremos que até mesmo nesta o poder do soberano será exercido de forma intimidatória e dependente da vontade de quem governa. Se o poder político, aquele que foi delegado a alguém através do voto, for substituído por outro, o econômico, por exemplo, aí também haverá a decisão do detentor do poder sobre as regras que balizarão àquela gestão. O modelo será tão autoritário na gestão dos direitos e deveres quanto ao democrático, pois quem detém o poder o exercerá, em muitos momentos, com a sua vontade pessoal. Decidirá politicamente em favor ou contra o cidadão, independentemente dele gostar ou não da decisão.

Assim, necessitando ser protegido e sentir-se confortável, o indivíduo delega ao Estado a competência de dirigir a sua vida em detrimento das suas vontades mais íntimas, ou seja, a liberdade natural. Não importa nesta linha de pensamento se o Estado é dirigido por um regime democrático, capitalista ou socialista, pois em todos esses regimes o poder também se encontrará lá estabelecido, a comandar as ações e as vontades dos indivíduos, não se importando com a sua concordância ou com a sua insatisfação sobre as atitudes que o soberano que detenha o poder tenha tomado, em nome de um bem chamado de Estado.