Fora de mim. Martha Medeiros.

Fora de mim, literalmente.

São 03:10 da madruga. Acabei de ler “Fora de mim” de Martha Medeiros. A leitura começou as vinte e três horas e poucos minutos de ontem. Eu simplesmente não consegui parar de ler o livro! Coisa que com frequência acontece comigo, porque toda noite quando deito, pego um livro e me pego a ler. Dali a algum tempo o sono me pega e a leitura é interrompida, deixada seu término para o dia seguinte. Hoje, porém, quer dizer, de ontem para hoje, eu simplesmente fui raptada. Fechei a porta para o sono, coitado, que nem ousou em insistir, pois viu que eu estava “fora de mim”. Ainda bem que amanhã é sábado e eu não preciso acordar cedo. Eu que gosto de escrever, já fui logo imaginando inúmeras possibilidades de textos que eu poderia escrever. Eu tenho o costume de fazer isso. É como se eu e o autor estivéssemos trocando ideias. Como se ele (o autor) estivesse me fazendo sugestões. Imaginei-me criando poemas, crônicas ou pequenas narrativas contando, (e por que não?) fantasiando relatos de alguma experiência amorosa. Eu poderia escrever em primeira pessoa, diretamente para o meu inspirador, tal como faz a autora no livro em questão. Calma aí Martha, que até agora não escrevi romances, por enquanto. Futuramente, sim. A quantidade de textos que produzi até agora daria um livro com umas quatrocentas páginas. Mas não tenho nenhum livro publicado. No máximo, alguns poemas que publico em um jornal local, outros tantos textos publicados no Recanto das Letras, e muitos outros que ainda nem saíram do papel para me externar por aí. Ainda não sou uma Martha Medeiros, mas chegarei lá.

Conheci a autora por acaso. Esse é o segundo livro que leio de autoria dela. O primeiro foi "Feliz por nada". Aliás, super indico também. Foi assim que me apaixonei por seus escritos. Eu estava na biblioteca pública da minha cidade. Fui entregar alguns livros e emprestar outros. Foi quando encontrei "Feliz por nada" por acaso em cima de uma mesa numa das salas de leitura. Ele estava ali, como que esperando por mim. Como que me pedindo: “me escolhe!” Foi então que me sentei e li alguns textos dele e não resisti, resolvi levar para casa. Trata-se de um livro de crônicas que ela publicava em colunas nos jornais "Zero Hora" de Porto Alegre e "O Globo" do Rio de Janeiro. Tão logo terminei a leitura deste, já voltei à biblioteca atrás de outros títulos dela, e me apresentaram "Fora de mim". Uma leitura incrivelmente extasiante e envolvente que me tirou o sono, me fez chorar, me fez rir (rir alto mesmo, gargalhar, por várias vezes quase acordei minha filha adolescente que dormia ao meu lado), uma leitura que me roubou de mim. Eu me sentia a própria narradora, vivendo suas peripécias num amor avassalador e inesquecível que nos rendeu, a mim e ao eu lírico já que éramos um só, uma experiência surpreendentemente embriagadora. E que me fez ficar até agora, 03:47, resenhando sobre. Não resisti. Obrigada Martha por esse presente.

Joalice Dias Amorim (Jô)
Enviado por Joalice Dias Amorim (Jô) em 01/06/2016
Reeditado em 03/06/2016
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