O Processo de Franz Kafka

3 – IDÉIAS CENTRAIS

Franz Kafka é o escritor do “absurdo”. Como tal representou de modo ímpar a desesperança e a alienação do homem moderno, imerso num mundo que não consegue compreender. Em O Processo é possível depreender a dificuldade que Joseph K. (auto-ego e estereotipo do homem moderno) sente em entender os tramites de um misterioso tribunal.

Joseph K. é, ou melhor, pensa ser um sujeito de direitos vivendo em um Estado de Direito. Na hipótese de que isso fosse verdade, tal sujeito teria direitos assegurados universalmente pelo Estado e, portanto, poderia reclamá-los a qualquer momento; ainda no interior da mesma hipótese, Joseph K. estaria protegido por valores universais que sinalizariam as condutas necessárias, convenientes ou apreciáveis. E tudo isso no contexto de um sistema jurídico apoiado na existência do Estado de Direito, ambos orientados por princípios humanos e históricos e perseguidores de determinados ideais: Justiça, Verdade, Perfeição da Lei, sobrepostos ao mundo histórico e humano porque se pretendem atemporais, supremos, a-históricos. Isto quer dizer que se trata de uma construção histórica datada e que pretende atender às regras ideais e atemporais de Justiça, o que, em outras palavras, significa dizer que tal Estado é orientado também pelo saber metafísico.

4 – ANÁLISE CRÍTICA

Em O Processo nos deparamos com um Romance onde a ambigüidade onírica do peculiar universo Kafkiano e as situações de absurdo existencial chegam a limites insuspeitados. A ação desenvolve-se num clima de sonhos e pesadelos misturados a fatos corriqueiros, que compõem um trama em que a irrealidade beira a loucura.

Em suma Joseph K. (auto-ego de Franz Kafka) está sendo julgado por um crime que desconhece. Sucessões de acontecimentos inusitados se seguem.Todos nos levam à conclusão que K. está sendo indubitavelmente refém de um sistema judicial arcaico, onde por mais que se esforce não poderá conseguir ganho de causa. Até porque nem mesmo sabe do que, a quem e quem poderia lhe defender; Por isso, recorre á vários figurões que ou por intermédio ou por iniciativa própria se apresentam como sabedores de uma possível solução para seu problema. A obra enfoca o Direito em sua relação com o homem moderno. Como o próprio título diz, O Processo, particulariza o mundo jurídico; Por isso é tão utilizado como leitura complementar pêlos iniciantes do curso de Direito. Kafka relata o difícil acesso do mundo jurídico ao homem comum. Bem como, o complexo arcabouço do sistema judiciário, que demonstra se arcaico e altamente burocrático, dificultando seu entendimento até para quem é do mundo jurídico.

Contudo, acredito que a leitura da obra foi de suma importância para o entendimento das relações sócio-jurídicas. Sendo relevante ressaltar, o desenvolvimento do tema jurídico, pois estamos em pleno percurso de nosso aprofundamento temático.

Michel Julierme Inácio Almeida
Enviado por Michel Julierme Inácio Almeida em 24/07/2007
Código do texto: T577619