O AMOR NOS TERMOS DE GABO

Para os românticos, o amor é o verdadeiro empoderamento dos que são capazes de o sentir. Filósofos, psicólogos e terapeutas do amor já escreveram milhares e milhares de páginas a discorrer sobre o assunto, sem jamais chegarem a um consenso. Em meu melhor dicionário de filosofia, a tentativa de definir a palavra amor ocupa nada menos do que doze páginas! Entre todas essas tentativas, muitas delas infrutíferas, de definir esse sentimento, a mais brilhante e convincente, na minha opinião, é a de Gabriel García Márquez, em seu romance "O amor nos tempos do cólera".

Na história de Gabo, o amor de Florentino Ariza por Fermina Daza resiste (e vence) à passagem do tempo, às convenções sociais, às diferenças de classe, a guerras e epidemias, e a todos os sortilégios. Florentino espera por mais de cinco décadas (em sua contabilidade, entram anos, meses, semanas e dias), enquanto sua amada permanece casada com o homem mais rico e poderoso do lugar, o dr. Urbino. Viúva Fermina, Florentino - que neste tempo todo melhorou sua condição, pois não ficou parado a lamentar a sorte - se reapresenta à amada. Mas é rejeitado ainda uma vez, pois Fermina se ofende por ele reafirmar seu sentimento enquanto o falecido ainda está sendo velado. Esse episódio, contudo, se resolve sem dificuldades e Florentino, cujo amor por Fermina estivera em estado de hibernação por tanto tempo, finalmente conquista por completo aquela por quem esperou a vida inteira.

O final é emocionante e tem um toque de eternidade. Mas os dois celebram, vivíssimos, o seu reencontro, num cruzeiro por rios do Caribe que insinua uma investida para o mar!

José Luiz Barbosa de Oliveira
Enviado por José Luiz Barbosa de Oliveira em 18/01/2018
Reeditado em 18/01/2018
Código do texto: T6229233
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