O clássico indianista de Cooper

O CLÁSSICO INDIANISTA DE COOPER
Miguel Carqueija


Resenha do romance “O último dos moicanos”, de James Fenimoore Cooper. W.M. Jackson Inc. Editora, São Paulo-SP, 1963. Grandes romances universais, volume 6. Sem indicação de tradutor ou título original (The last of the mohicans).

Meu primeiro contato com essa história sangrenta foi em criança. Minha mãe costumava comprar-me livros e um deles foi “O último moicano” em edição ilustrada, de capa dura e texto resumido e adaptado. Fazia parte de uma coleção infanto-juvenil da Melhoramentos. Muito mais tarde vi alguma coisa de um seriado da televisão que mostrava aventuras avulsas de Longa Carabina e Chingachgook. Já bem adulto assisti a longa-metragem estrelada por Daniel Day-Lewis no papel inônico do Longa Carabina.
Agora, que finalmente li o romance original, posso dizer que ele é, sim, grandioso e monumental, melhor que muitos clássicos chatos do século XXI, mas o filme é melhor. E isso porque o filme enxugou muita coisa desnecessária e melhorou as soluções. As mortes de Uncas e Cora foram mostradas com mais grandiosidade bem como a de Maqua, que morre no confronto com Chingachgook em vez de ser baleado pelo Longa Carabina. Além disso a filmagem enxugou a mentalidade cruel e primária mesmo dos heróis.
Fora isso o livro é realmente saboroso embora algo cansativo por sua grande extensão (mais de 400 páginas) e lendo-o aprende-se alguma coisa sobre os índios do norte dos Estados Unidos, que ainda não existiam como nação. O romance passa-se em meio a fatos reais da guerra entre as potências coloniais, França e Inglaterra, mais os índios que, conforme a tribo, aliavam-se a um ou outro lado.

Rio de Janeiro, 9 de novembro de 2017.