Adução, o Dossiê Alienígena

Adução - O Dossiê Alienígena não é uma obra comum. Um livro de mais de 630 páginas, em que o autor imerge em um conjunto de conceitos verdadeiramente diferentes do que estamos acostumados a ler e ouvir. Explicações muito elaboradas permeiam este tour-de-force, um desafio para o autor e o leitor.

Adução nos fala de nós mesmos, uma possível evolução do Homem em homiquântico, um quadro que ocorre centenas de milhares de anos no futuro.

É uma obra que exercita a mente do leitor, como após cinquenta partidas de xadrez contra o computador. Quem escreve, percebe que, após elaborar uma história, complexa ou não, sua mente sofre modificações. O escritor torna-se mais atento, sua memória aumenta, seu raciocínio melhora, torna-se mais claro. O escritor possui cada vez mais capacidade de escrever melhor, consegue novas ideias, aprimora-se, tanto a língua em que escreve gramaticalmente, seja pela pesquisa nos variados temas interligados com sua obra.

Adução não é um livro chato. Quem já leu obras do famoso John Brunner percebe que elas não são nem bem escritas, nem foram bem elaboradas. Carecem de qualidade literária. O livro de Pedroom Lanne é um livro de fôlego. Apresenta ideias complexas e avançadas, como se o autor aplicasse seus conhecimentos de física quântica em um plano totalmente novo e original.

É uma extrapolação, uma nova faceta que o autor desenvolve.

O português é correto, seu vocabulário é bom. É necessária uma dose de paciência e imersão na história, nada banal. Mas quem leu a obra sempre terá algo novo e melhor a acrescentar à sua experiência de vida, uma vez que neste livro somos convidados a participar de explicações muito exóticas e avançadas. Pode-se comparar tal livro às obras complexas de Asimov e Clarke, com a diferença que em Adução, o texto é hermético, mais fechado e simbólico do que as obras dos mestres.

Quem leu este livro terá sua mente mais aguçada, mais penetrante, do que antes de ler a obra.

Texto de Roberto Fiori, escritor de fantasia e ficção-científica