Uma análise de Aprender a viver: filosofia para os novos tempos

Aprender a Viver

Filosofia para os novos tempos

Autor: Luc Ferry Tradução: Véra Lúcia dos Reis

Editora Objetiva, 2012.

O livro Aprender a viver, de Luc Ferry trata basicamente de quatro cosmovisões: a estoica, a cristã, a moderna e do pós-modernismo.

Para falar de cada visão de mundo, o autor faz a seguinte divisão: teoria, moral e salvação.

Para os estoicos, o cosmos era um todo organizado, um divino que é transcendente na medida em que não é criado pelo homem (teoria). E a moral era está em harmonia com o cosmos.No tocante á salvação: você deveria estar completamente integrado com o cosmos para tornar-se parte dele quando morresse.

Para os cristãos, a teoria é Deus, a moral era seguir os ensinamentos bíblicos e ter fé e a salvação era uma graça divina para os fiéis.(Ressurreição dos corpos e das almas)

Para os modernos, tudo deveria ser questionado, inclusive a suficiência das explicações por dogmas religiosos. Após a dúvida metódica de Descartes, Rousseau e Kant introduzem éticas racionais, não teológicas. O homem é racional, livre para escolher(portanto precisava aceitar um código de ética abrangente) e buscava dominar a natureza que deixara de ser sagrada. Basicamente, isso é a modernidade ocidental.

Nietzsche com sua filosofia a marteladas, radical e iconoclasta, põe em suspeição os ideais transcendentes do cristianismo, da modernidade metafísica e do platonismo. Com sua genealogia, questiona qual pensamento ou ideologia que se queira superior á vida material.

Husserl fala que entramos na era técnica: a tecnologia e a sociedade se desenvolvem sem ideias superiores. Esse filósofo questiona a democracia e passa a apoiar o nazismo.

Haverá transcendência pós- Nietzsche?

Para Luc Ferry, existe, mas não está nem nas religiões, nem na metafísica, nem nos pretensos grandes ideais(comunismo, nacionalismo, cientificismo). A metafísica está nas nossas relações, no amor por familiares e amigos, quando praticamos o pensamento alargado e desenvolvemos a empatia.

O que fazer com a finitude dos que amamos?

Para Luc Ferry, existem três caminhos: o desapego, a fé e o amor como não se houvesse amanhã.