Guinada na vida - Andrea Camilleri


           
Tomei gosto pela coisa e agora todo livro que leio eu dou o meu palpite aqui. Guinada na Vida é mais um título da Coleção Negra - Série Especial - Noir Europeu. O autor é o italiano Andrea Camilleri, criador do inspetor Salvo Maldonado. A Editora, Record. O livro é fácil de ler. Levei um dia, dividindo com ele o meu tempo antes de deitar-me  e antes de levantar-me. E uma manhã no cabelereiro, pintando o cabelo, para passar o feriado prolongado mais bonitinha. Ou bonitona, que bonitinha é uma feínha arrumadinha.
              Salvo Montalbano é íntegro, engraçado, terno  e não tem certeza do que quer da vida. Vive ameaçando deixar o emprego, amargurado pela corrupção policial. Mora e trabalha na Sicilia e este é um dos encantos do livro- as bucólicas paisagens dos vilarejos e a menção constante a culinária do lugar. Salvo é um esgalamido, só pensa em comer. Tem uma namorada que mora longe e com qual ele está sempre falando ao telefone.Parece fiel, mas não sei se vai continuar assim. É um homem tentador e bastante tentado. 
             O livro é um emaranhado de coincidências. Maldonado vai nadar e encontra um cadáver boiando. Maldonado vai levar os óculos para um colega de profissão e encontra um garotinho apavorado, fugindo da mãe. Montalbano conhece quem conhece quem ele quer descobrir quem é.E tudo tem a ver uma coisa com a outra.Melhor ir parando por aqui porque se continuar escrevendo vou acabar contando a história toda e aí ninguém vai querer ler o livro. Apesar disso (coincidências assim só em romances policiais) o livro é bom. Quem gosta de literatura policial, como eu, vai passar momentos agradáveis. Mas há uma coisinha que me irritou: você já ouviu falar de extracomunitário? Pois é, eu impliquei com esse termo. Achei que a tradutora poderia ter achado um mais adequado. Mas sei que isso é implicância minha, movida pela ignorância. Vou dar como nota ***. É bom de ler. Outra coisa: a capa é tétrica e cada capítulo é aberto por um desenho de um vivente dos mares. O único vivente marítimo de quem eu gosto é a sereia. Que não é vivente dos mares, mas da imaginação. Então eu ficava um pouquinho irritada quando me deparava com peixes irados, caranguejos, lagostas e coisas assim. Mas, até isso tem algum sentido na trama.