OS ESPÍRITOS ELEMENTAIS DA NATUREZA, de Jorge Angel Livraga

Infelizmente é um livro para poucos lerem. E muito poucos o lerão. Um primeiro motivo é por o livro tratar de um assunto que a maioria dos leitores hoje, acostumados aos best-sellers que figuram nas listas dos mais vendidos, não terão interesse: o esoterismo de fadas, gnomos, ninfas, elfos etc. Aqueles que se arriscarem a pesquisar sobre esse assunto encontrarão poucas (boas) referências. Os que tiverem coragem de entabular alguma conversa serão vistos como malucos zens sem noção de realidade.

O segundo e principal motivo é porque o livro já encontra-se esgotado faz algum tempo. Somente será encontrado em poucos sebos ou raras bibliotecas. Contudo, tais motivos, antes de diminuírem a importância das informações fornecidas por Livraga, fazem do livro uma pérola muito procurada, mas difícil de ser encontrada.

"Narrações sobre Gênios, Gnomos, Ondinas, Elfos e toda a extensa gama de elementrais, preenchem a História da Humanidade de tal modo que, sem eles o seu desenvolvimento e narração não seriam iguais, como podemos comprovar, desde o Mito de Enkidu e Gilgamesh, passando pela Odisséia homérica, as sagas de Artur e Merlin, até aos que ensinaram a dançar a Isadora Duncan e inspiraram os vidros de Gallé."

O livro mostra como a cultura humana é permeada pelos chamados Elementais desde a antiguidade. Estátuas, escritos e obras de arte encontrados em escavações antigas mostram que em vários lugares do mundo, em culturas e épocas distintas, apelou-se para os elementais para compreender-se melhor a natureza e o próprio sentido de existência do homem. Em nossos dias, muitas celebrações, simpatias e costumes baseiam-se em tradições antigas que visavam honrar aos elementais.

Os espíritos elementais são as formas de vida dentro dos elementos e se classificam em quatro: terra, água, ar e fogo. Os elementais da terra são os gnomos, as fadas e os anões. Os da água são as sereias, as nereidas, as ondinas e as ninfas. Os do ar são os silfos e elfos. E os do fogo são as salamandras. Além desses, há ainda elementais que se classificam em mais de uma destas quatro classes, como os gênios, os dragões, os anjos e os demônios.

Livraga mostra a correlação entre os considerados anjos pelos cristãos, os devas pelos hindus, os espíritos pelos espíritas, todos atuando como elementais da Natureza. Por serem seres poderosos, porém frágeis, são geralmente vistos por crianças e pessoas de maior sensibilidade. Mas, segundo o autor, nada impede de uma pessoa comum queira passar pela experiência de encontrar um elemental, com o aviso de que se esta os procurar com a intenção errada sofrerá consequências graves. Outros fenômenos não menos atuais como aparições de fantasmas, amuletos mágicos e estátuas que fazem milagres também são explicados e justificados sob um olhar esotérico e ímpar. Os avisos dados no livro sobre a falta de harmonia entre o homem e a natureza, com a conseqüênte degradação de ambos, apesar de já terem mais de 20 anos, são atuais como se tivessem sido escritos ontem. Algumas frases do livro:

"Percebemos Deus se Nele cremos; a fé é o coração de toda a inteligência."

"Quando se está sedento no deserto, vale mais um copo de água do que uma tonelada de diamantes ou uma pintura pompeiana."

"Os temores e as crenças cegas dão-nos, geralmente, uma imagem deformada da realidade."

"O que a Humanidade atual mais precisa é um pouco de sã espiritualidade, de paz na Alma, dando menos importânica ao corpo e suas paixões."

"NÃO HÁ NADA SUPERIOR À VERDADE."

Jorge Angel Livraga nasceu na argentina e adquiriu nacionalidade italiana. Foi filósofo e escritor, e fundador da OINA - Organização Internacional Nova Acrópole, uma escola de filosofia que existe há 50 anos e divulga a filosofia como modo de entender a si mesmo e ao mundo que nos rodeia.