Batman versus Charada

BATMAN VERSUS CHARADA

Miguel Carqueija

 

Resenha do romance “O lance do Charada”, por Alex Irvine. Gryphus Editora, Rio de Janeiro-RJ, 1ª edição, sem data. Tradução: Miguel Damian Ribeiro Pessoa. Título original: “Batman – Arkham Knight – The Riddlers gambit”, “copyright” 2015 DC Comics, EUA.

 

Se quisermos falar de um livro desses a sério teríamos de concluir que ele é ridículo. Criado por Bob Kane em 1939, Batman podia ser um herói misterioso mas tipo detetive de histórias policiais, mas derivou para o universo dos super-heróis. A rigor, se super-heróis e super-vilões existissem mesmo, a Ciência teria de rever seus conceitos. Não especificamente no caso de Bruce Wayne, o Batman, que é um dos super-heróis sem poderes e que age capeado em tecnologia e dinheiro.

Neste romance ocorreram algumas modificações em Gotham City. O Coringa morreu, certo Ghul – vilão que eu não conheço – também, e o Charada resolveu ocupar o “vácuo do poder”.

Não posso dizer que a história seja enfadonha. Não é, tem muita ação insólita (inclusive desentendimento entre o Homem Morcego e o Comissário Gordon) e pode ser lido até o fim sem tédio; porém é indigesta.

Os personagens são uma parafernália. Até a repórter Vicky Vale, supostamente um caso do Batman (mas só sugerido) aparece, e vilões loucos como Arlequina e o Chapeleiro Louco – era louco até no nome e inspirado em Lewis Carrol. Mas o pior é o Crocodilo, um reptiliano que se esconde nos esgotos e com quem o Batman sustenta uma luta difícil.

E tudo isso com Robin em perigo , Vicky Vale em perigo, e Batman tendo de decifrar as charadas do Charada.

Parece um desses estúpidos filmes hollywodianos de malhação (ação contínua e confusa) mas é bem a idiotice dos quadrinhos e dos filmes de super-heróis invadindo a literatura.

Eu até gosto da idéia básica do Batman, que sem dúvida se inspira no Zorro, mas já não dá para aguentar essas histórias.

 

Rio de Janeiro, 31 de janeiro de 2022.