A batalha espiritual

A BATALHA ESPIRITUAL

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro “Batalha espiritual”, do Padre Reginaldo Manzotti. Petra Editora, Rio de Janeiro-RJ, 2017. Capa: Rafael Brum. Foto de capa: Washington Possato.

 

Chamou-me atenção que o belo filme “Filha da Luz” (ou “Best the children”, ou “Abençoai a criança”, no original norte-americano), de 2000, um sacerdote aponta o fato de que nós, seres humanos, achamo-nos envolvidos numa batalha espiritual e que, mesmo sem perceber, nela empenhados todos os dias. Os entes malignos do mundo espiritual sempre buscam afastar-nos de Deus e nos levar para a perdição eterna.

No início de seu livro o Padre Manzotti alerta que não quer induzir os leitores a ver o diabo em toda parte. Porém, “O que torna mais perigosa sua ação no mundo é justamente o fato de muitos, mesmo teólogos, negarem sua existência e sua ação na Terra. Desse modo, se estamos numa batalha espiritual — e estamos! — é muito importante conhecer sua origem e a dimensão do seu movimento.” “Minha maior preocupação foi justamente conscientizar o leitor de nossa pertença a Deus, da necessidade que nossa alma tem de nosso Criador.”

O padre está certo. É muito mais importante falar de Deus que do demônio; todavia, sobre este último e seus auxiliares, não se pode simplesmente silenciar.

Veja-se que a posição de Manzotti ancora-se na Doutrina de Fé. No capítulo intitulado “A batalha das batalhas” ele cita a palavra do Papa Paulo VI: “O mal já não é só uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Terrível realidade. Misterioso e assustador” (audiência de 15 de novembro de 1972).

Nossas alma, lembra o autor, interage no mundo espiritual, assim como o corpo no material. “Jesus Cristo veio trazer o Reino de Deus, e nós somos chamados a construí-lo; isso, por sua vez, implica enfrentar o reino oposto, o reino de Satanás. Este não é invencível, mas vem sendo fortalecido.”

Oportuno lembrete! Pois como não ver, na ação de certas pessoas do mundo atual, a possessão diabólica, ou pelo menos a aliança com o diabo e seus propósitos?

São aqui abordados os chamados malefícios, inclusive a bruxaria. Aliás dá para notar um grande incremento de assuntos satânicos na vida real e na ficção. Segundo Manzotti, a bruxaria “É, sem dúvida, o meio mais utilizado para causar malefícios”.

O livro é assaz significativo, recomendável, e encerro esta resenha transcrevendo a famosa oração de São Bento, que encontramos na página 79:

“A Cruz Sagrada seja a minha luz,

não seja o dragão meu guia.

Retira-te, Satanás!

Nunca me aconselhes coisas vãs.

É mau o que me ofereces.

Bebe tu mesmo o teu veneno!”

 

Rio de Janeiro, 17 de novembro de 2021.