O livro "Esperança além da crise"

O LIVRO “ESPERANÇA ALÉM DA CRISE”

Miguel Carqueija

 

Resenha do livro de Mark Finley. Casa Publicadora Brasíleira, Tatuí-SP, 2021. Título original em inglês: “Hope for troubled times”, General Conference of Seventh-day Adventists, Silver Spring, MD (USA). Tradução: Cecília Eller Nascimento. Capa: Renato Gomes.

 

O autor, conferencista seguidor da religião adventista, discorre sobre os problemas trazidos pela Covid-19 e faz uma analogia com os males espirituais e mostra que para tudo Jesus Cristo traz solução e esperança.

O livro é redigido num estilo elegante e moderado, sem fanatismo, diferente do estilo agressivo da “profetiza” dos adventistas, Ellen White. A Bíblia é profusamente citada e muitos dos pensamentos apresentados por Finley podem ser tranquilamente encampados pelos católicos. Aliás, a quase totalidade da obra.

A lamentar que, como é infelizmente comum em protestantes ou (no caso) neo-protestantes, que apesar dos muitos personagens bíblicos mencionados e das muitas passagens referidas, a Virgem Maria não seja mencionada uma única vez, como se ela não tivesse a mínima importância.

A leitura em si é interessante, agradável e profunda. O autor começa falando da crise trazida pelo coronavírus e formula uma série de perguntas importantes: “Onde está Deus em meio a tudo isso? Ele é responsável pelas catástrofes em nosso mundo? Vivemos no tempo do fim? Esses eventos culminantes foram preditos pelas profecias? Como ter uma vida cheia de alegria e propósito diante de tudo que está acontecendo no planeta?”

A mensagem é de esperança, com Cristo no centro de tudo: “Se Jesus tivesse morrido e nunca ressuscitado, seria um mero mártir de uma boa causa. Se jamais houvesse vencido a sepultura, que esperança teríamos de vida eterna? Para nos redimir, são necessários tanto o Cristo que morreu quanto o Cristo vivo.” Ele mostra também a impossibilidade de fraude na Ressurreição, visto que, como é notório, os apóstolos e discípulos sequer acreditavam nela, estavam amedrontados e depois não iriam sustentar uma mentira com a própria vida. Aliás não iriam enfrentar a guarnição de soldados que vigiava o sepulcro. E como teriam removido a pedra que servia de tampa?”

“Os arqueólogos descobriram vários túmulos desse tipo na região de Jerusalém. Em geral, uma pedra de sepultura como essa pesava cerca de duas toneladas. Ficava em um sulco na entrada do túmulo e era colocada no lugar por uma alavanca a fim de fechar a sepultura. Com frequência, o sulco não era nivelado, então a pedra redonda era rolada para baixo em uma pequena inclinação até o lugar correto. Depois de fechado, era extremamente difícil remover a pedra do sepulcro, pois seria necessário rolá-la para cima.”

Em suma, o autor apresenta uma sólida defesa da base da nossa crença cristã: a efetiva Ressurreição de Jesus Cristo.

 

Rio de Janeiro, 31 de dezembro de 2021.