A MULHER NO ESCURO

A MULHER NO ESCURO

Miguel Carqueija

 

Resenha da novela “Mulher no escuro”, por Dashiell Hammett. L&PM Pocket, Floresta-RS, 2007. Título original: “Woman in the dark”, direitos reservados: Liberty Publishing Corporation, 1933, renovados por Dashiell Hammett, 1960. Introdução: Robert B. Parker, direitos reservados: 1988. Subtítulo: “um romance perigoso”. Tradução: Marcelo Khans.

Assinado por um dos mais interessantes e polêmicos autores tradicionais norte-americanos do gênero policial, “Mulher no escuro” é uma novela curiosa e diferente, passada fora da cidade, tendo como protagonista um sujeito chamado, vejam só, Brazil. Ele é muito largado, mas durão, mora numa casa isolada, como inquilino de certo Kane Robson. Certa noite aparece uma mulher, Luise Fischer, com o tornozelo machucado e roupas danificadas, buscando refúgio na moradia de Brazil, e estava justamente fugindo da casa de Kane. Brazil já estava com uma encrenca em casa, uma garota, Evelyn, que estava se escondendo do pai.

Brazil, que tinha problemas com a Lei, acaba tendo de fugir com Luise. Depois de uma briga com um capanga de Kane, quando tentaram levar Luise à força. Conroy fratura o crânio na lareira e Brazyl. Sofrendo de claustrofobia, estivera preso há pouco tempo por causa de uma briga de bêbados num bar, onde um sujeito morreu de uma garrafada.

Brazyl é um indivíduo quase imperturbável, Luise, uma cantora que acaba gostando dele, mas o nível de romantismo da história é quase zero. Hammett em geral mostrava o outro lado da sociedade, o lado duro e violento, inclusive uma visão pouco lisonjeira da polícia. Tendo sido ele próprio detetive particular na Agência Pinkerton, Hammett foi um dos criadores da chamada “série negra” dos romances e contos policiais, mostrando uma sociedade suja e violenta; no entanto suas histórias possuem nível e não são sórdidas ou contra-culturistas. Ele tem, inclusive, um estilo literário marcante e suas tramas prendem a atenção. Seu romance “O falcão maltês” gerou um importante filme de Hollywood.

 

Rio de Janeiro, 12 de agosto de 2022.