Guilheme Tell: uma saga da Suíça

GUILHERME TELL: UMA SAGA DA SUÍÇA

Miguel Carqueija

 

Resenha do romance histórico “Guilherme Tell”, de C.F. Schiller. Editorial Bruguera, Rio de Janeiro-RJ, sem data. Coleção Histórias, 14. Título original: “Wilheim Tell”. Tradução: Vera Neves Pedroso. Ilustrações de Pedro Alferez.

 

Livro de capa dura e colorida e cheio de ilustrações internas, numa apresentação bem atraente para a juventude, conta em forma de romance — imaginando diálogos e outros detalhes, quando a simples narração histórica não teria tudo isso — a história de Guilherme Tell, lendário herói que participou das lutas do povo suíço para se libertar da opressão da Áustria, no final do século 13.

É claro que aparece a cena antológica e vista em filmes, em que o governador Geszler, por sadismo, quer testar a pontaria de Guilherme (a quem ele julgava potencialmente perigoso) fazendo-o disparar uma seta a cem passos de distância contra a maçã colocada sobre a cabeça de Walther, filho do arqueiro. Podemos apenas imaginar a cena, embora descrita em detalhes nesse romance lançado em 1794. É possível que, diante da terrível indecisão do pai, o menino tenha gritado como existe numa visão da história: “Atire, papai! O senhor não errará!”

E como todo mundo sabe, Guilherme Tell não errou, acertou efetivamente a maçã.

Aparecem muitos personagens inclusive Berta, uma jovem austríaca rica que se passa para o lado dos suíços, e o rapaz suíço que a ama, Ulrico Rudenz, que a princípio, para não magoá-la, não queria combater os austríacos, até ela revelar que é favorável à libertação dos cantões suíços. Temos o velho Barão de Attinghausem, tio de Ulrico. Conrado Baumgarten, que mata o bailio Wolfenschieszen, para defender a esposa, e é obrigado a fugir. Outro fugitivo é Melchthal, por agredir um esbirro que vinha tomar-lhe uma junta de bois. Em represália cegam o seu pai.

A lista de crueldades é grande, justificando a rebelião do povo suíço. Detalhe importante é o chapéu colocado num poste à beira da estrada, chapéu que representava o governador e diante do qual todos deveriam se inclinar — razão da prova da seta a que Guilherme é submetido.

O livro é muito bem narrado e apropriado para a adolescência.

 

Rio de Janeiro, 1º de fevereiro de 2023.