A rosa branca - Inge Scholl

A história dos estudantes alemães que desafiaram o nazismo

Ibge Scholl - A rosa branca, São Paulo, Editora 34, 2013

Em A Rosa Branca, a alemã Inge Scholl (1917-1998) conta a história dos jovens Hans e Sophie, seus irmãos presos e mortos pelos nazistas. Além deles, outros estudantes, professores e intelectuais que faziam parte de um grupo contrário a Hitler, denominado A Rosa Branca, também foram mortos, presos ou perseguidos enquanto vigorou o regime nacional-socialista na Alemanha. Como diz o subtítulo do livro, essa é uma “história dos estudantes alemães que desafiaram o nazismo”.

Curiosamente fizeram isso apenas com um mimeógrafo, panfletos e umas poucas pichações em paredes. Os membros do Rosa Branca, a maioria estudantes de medicina, não pegaram em armas: pregavam a resistência pacífica através da tentativa de convencimento das pessoas de que o regime nazista era podre, imoral, criminoso e que um dia teria fim. Toda ditadura, sabemos, preocupa-se logo com o poder das ideias contrárias, quer acabar com elas, eliminar quem pensa de modo diferente etc. Isso também ocorreu na Alemanha Nazista, claro. Como ocorre hoje em países como Nicarágua, Coreia do Norte, Venezuela, Cuba, Rússia, China...

Os panfletos redigidos, impressos e distribuídos pelos estudantes alemães alertavam as pessoas sobre a selvageria do regime; as ideias neles contidas eram inspiradas em textos bíblicos ou filosóficos e até mesmo em autores largamente conhecidos na Alemanha e fora dela, como Goethe, por exemplo, de quem Hans Scholl apreciava o dito “Preservar-se, apesar de toda a violência”, que era a base da resistência pacífica que o grupo praticava. Infelizmente ele, a irmã e alguns amigos sofreram a diabólica violência nazista diretamente na carne.

Um livro como este é importante não apenas para se conhecer mais um pouco sobre os anos finais do nazismo, saber algo a respeito de jovens inspiradores “munidos de um ideal de liberdade” e “elevado senso ético”, como Hans, Sophie e os demais estudantes são distinguidos na apresentação da obra, mas também porque pouco material sobre a resistência alemã foi divulgado por aqui. É muito comum pensar-se que os todos os alemães daquele tempo eram frios, arrogantes, belicosos e fiéis seguidores de Hitler. O que não é verdade, logicamente.