03- A REVOLUÇÃO DOS BICHOS- Se tu não reconhecer a realidade...

Acabei de ler, agorinha mesmo, o livro "A revolução dos bichos". Há quase um ano iniciei a sua leitura. Li até próximo a metade e, por problemas de saúde, dei um tempo nas leituras. Essa semana fui à capital e na única livraria de médio porte que uma cidade de 800.000 mil habitantes e capital de um estado ainda tem, já que as demais fecharam, e por demais leia a livraria Saraiva; isso mesmo, João Pessoa só tinha duas livrarias grandes ocupando espaços médios. Claro que temos outras livrarias pequenas, bastante exóticas, frequentadas por meia dúzia de indivíduos resistentes, e para salvar a lavoura, temos um dos maiores sebos do país, o Sebo Cultural. Mas, isso para, como eu disse, 800.000 mil pessoas e passando de um milhão se tomarmos a grande João Pessoa. Mas, garampando esse povo todo, quantos leitores temos? Creio até que mais de uma livraria é até desperdício. Mas, voltemos ao assunto original deste texto.

Fui ao shopping e comprei dois livros: A revolução dos bichos e 1984. O primeiro como disse, acabo de comer com farinha. O segundo, ainda estou nas primeiras páginas. E, sobre os dois livros eu posso dizer (principalmente sobre a Revolução dos Bichos por já tê-lo concluído, o 1984 ainda estou no primeiro capítulo), a cada linha minhas entranhas se reviram. Escrevo o verbo no presente, pois o fato de ter concluído a sua leitura, quando eu penso nele, como dores de pedras nos geram-me indignação. Enquanto eu lia, eu saia as ruas para fazer a minha caminha de fim de tarde. Parece que aqui está tudo bem. Apenas uns adolescentes voltando da escola, três mendigos ali nas três portas do mercado, o comércio quase fechando e os comerciários torcendo para que a proxima meia hora voe logo. Na praça, uma família de venezuelanos, isso mesmo, aqui no sertão. O sino da igreja toca anunciando a missa. A vida corre normal.

Por comparação, creio que a vida também esteja correndo nas demais cidades desse país continental. Rio-São Paulo, uns dias morrem mais, ou menos, mais tudo dentro das estatisticas. Fim de ano piora um pouquinho, os desentendidos vão dizer que é culpa da "saidinha", os entendidos negam, mas essa não é a opinião da mãe e esposa e filhos do PM morto. Mas, estaria eu sendo injusto ao dizer que dos 95% que não voltaram da "saidinha" meteram o pé pelo mundo e exerceram o seu direito natural da fuga. Uns poucos até queriam voltar, mas foram impedidos, pagaram dividas antigas com a própria vida. E assim a roda segue girando.

Rachadinha saiu de moda? A mais um pouco de um ano era o pipoco do trovão! Mais, apareceu um rachador recente e psiu. É o mesmo argumento que usaram recentemente na tribuna da Cãmara: O que são 6 bilhões de reais para a Petrobras? O que são 6 bilhões? Esse escarceu todo só porquê 6 bi foram desviados? Somente 6 bi!!!

E o que isso tem a ver com os livros que estou lendo? A indignação. Leia o livro. Em outra situação eu diria: faça a leitura livre de qualquer amarras política-social que possa te prender. Nesta leitura não. Leia com todas as suas amarras. A única cautela é: cuidado para uma amarra dessas ricochetear e se prender ao teu pescoço e, sem perceber, na medida que você for lendo, se identificando a mensagem do livro, as amarra do sistema for se apertando mais e mais e, quando você não puder mais se desvencilhar, cair no chão.

Ainda indignado, mais termino aqui. Leia o livro.

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 19/01/2024
Reeditado em 20/01/2024
Código do texto: T7979708
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