O "Falaescreve" ajuda ou atrapalha (função do Whatsapp de enviar áudio)? Inspirada ao ler a distopia 1984 de Orwell

Amigos leitores aqui do meu Recanto, você já ouviu falar no objeto "falaescreve"? Ele é tipo a função do "zap" na qual você fala e o aplicativo faz a transcrição e depois, é só enviar para alguém. Essa inovação eu não a vi no site da Shopee. Essa ideia eu acabo de ler no livro 1984, do meu xará GEORGE Orwell, escrito em 1949.

Há 75 anos, Orwell já tinha imaginado que haveria um "aparelho" com a capacidade de aposentar as boas e velhas caneta e papel. Bem, acho que em 1984 ainda não havia tal aparelho, a não ser no ambiente militar, talvez. Mas na distopia, essa era uma tecnologia bastante utilizada por todos da Oceania, um novo continente oriundo da geopolítica imaginada por Orwell. Era tão utilizada que Winston, um dos personagens da história, ao comprar um diário ilegalmente, sente caibras em sua mão ao escrever poucas palavras. Isso de deve, claro, a ausência do hábito de escrever. Esse objeto "falaescreve" me lembrou de um fato que se passou no meu ambiente de trabalho à epoca.

Em 2019 enquanto trabalhava numa das unidades do Instituto Federal da Paraíba, surgiu uma polêmica envolvendo os alunos de um dos cursos superiores da instituição (na verdade o único de nível supeiror do campus no perído). Pois bem, alguns colegas havia percebido que os alunos tinha o hábito de se comunicar através do Whatsapp apenas por meio de áudios. Raramente escreviam suas mensagens. Então, surgiu a pergunta: "Será que os alunos não sabem escrever e por vergonha enviam áudio?" Bem, em condições normais de temperatura e pressão, tudo bem. Mas isso quando estamos falando de pessoas idosas com pouco contato com as novas tecnologias e que não saibam usar o teclado devidamente, ou crianças que por ainda não serem alfabetizadas, fazem uso do recurso para se comunicarem. Mas, alunos de curso superior? A polêmica estava lançada.

Alguns defendiam os estudantes dizem tal forma de comunicação se dava apenas por ser mais práticas... Outros, de forma branda, para não querer magoar ninguém, dizia que a formação dos alunos era frágil mesmo, e por vergonha de escrever errado, preferiam enviar os áudios.

Nessa mesma época estourou uma "bomba" no Instituto. Uma professora havia comentado que preferia se matar a dá aula na turma de ensino superior da instituição. Testemunhas falaram que ela também dizia que os estudantes do ensino médio do Instituto nunca fariam aquele curso superior porquê mesmo o aluno mais fraco tinha a capacidade de entrar em um curso de ponta de uma universidade federal.

O estouro da bomba foi enorme. Vieram o sindicato em defesa da professor. E veio a reitoria em defesa da professora, e os pares todos sairam em defesa da professora. Por fim, o probema foi resolvido. Não que o nível das turmas subiu com a oferta de aulas extras e palestras e cursos de extensões, não. Removeram a professora. A saída mais rápida.

Em 2019 eu aproveitei a minha nota do enem e me inscrevi para cursa o curso superior ofertado por minha instituição. Confesso que fiquei com medo de não entrar, mas não foi o caso. Não me lembro bem qual foi a minha médio na época, tirei algo próximo de 630 pontos. Para minha sorte, passei em 1 lugar. Os restantes da minha turma foram sendo chamados aos pouco em cada lista. Parece que chegou na 12º chamada e ainda não havia completado uma classe com 30. Por curiosidade, vi que a pontuação dos chamados estavam próxima a 400 pontos, Uma média considera relativamente baixa... Não pude constatar se o nível dos alunos era tão sofrível quanto a professora proferiu, fui transferido para a unidade da capital em pouco tempo, mas essa não foi a primeira crítica feita aos estudantes superiores do IFPB campus Picuí.

George Itaporanga
Enviado por George Itaporanga em 29/01/2024
Reeditado em 29/01/2024
Código do texto: T7987348
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