Sem Nome - Parte X

Alguns minutos olhando o menu, Diana escolheu por um prato bem exótico.. Lagosta e uma salada de agrião para acompanhar. O garçom olhou para mim, dando a entender se eu iria escolher agora.. Apenas acenei com a cabeça e disse que queria o mesmo.. Já fazia um bom tempo que não comia tais iguarias..

Permaneci tanto tempo em via-sacra por este mundo afora, me conhecendo, conhecendo novos povos e novos horizontes, que mal me preocupava com o que estava comendo..

Mas, antes que pudesse viajar em minhas lembranças, Diana me alvejou com seu maravilhoso sorriso, enquanto aos poucos, formava uma pergunta.

Prontamente percebi..

- Fique a vontade para perguntar o que quiser.. (nem tudo.. pensei)

Ela olhou dentro de meus olhos.. novamente aquele olhar profundo.

- Quem é você? – Perguntou Diana com tanta suavidade.. mas com um incrível impacto.

Sorri..

- Oras, sou Haward Oliver – Tentei amenizar..- E você? - Brinquei com tal pergunta para ter tempo para entender o que ela queria dizer .

Seu olhar ganhou mais seriedade e sua expressão também.. Enquanto novamente insistia em tal pergunta.. pergunta que ressoava em meus ouvidos..

- O que quer dizer com tal pergunta minha querida Diana?

Olhei para seu rosto transformado.. era uma seriedade tão dolorosa..

- Me diga, o que quer dizer? Já estou ficando confuso...

Ela me olhou novamente.. com aquele ar sério, talvez até um pouco desconfiada.. Percebi que ela estava entrando em confusão consigo mesma.. Mescla de pensamentos.

- Você não é quem diz ser.. ou melhor.. você é algo diferente do que tenta aparentar..

Fiquei totalmente assustado, mas me controlei.. Passei a mão em meus cabelos e em minha face.. respirei fundo e voltei a calma.. Havia já dominado a situação.

Gargalhei intensamente, chamando atenção dos demais que estavam no restaurante.. gargalhei em deboche..

- O que mais seria? Um vampiro? Um fantasma? – Mais algumas gargalhadas. – Querida, acho que este champanhe esta lhe fazendo mal.. talvez esteja ficando alcoolizada.

Ela aos poucos voltava a sua alegria normal, seu sorriso já era visível e seu semblante.. pura divindade..

- Tive a impressão de que você escondia algo.. que você não era exatamente o que diz ser..

“UFA!!!! Pensei aliviado”

- Longe disso meu anjo.. sou tão convencional quando qualquer outro homem cá existente.

Olha fez um gesto discordando de minha afirmação..

- Discordo plenamente de ti.. mon Cher.. uma coisa que você não é e nunca vai ser.. é ser convencional. Você é refinado demais para poder estar ao mesmo nível dos demais..

Ela continuou..

- E mesmo conhecendo-o há tão pouco tempo, posso afirmar com certeza tal coisa.

Aquilo me encheu de alegria.. Já podia respirar fundo.. e desfrutar da magnificência que era Diana..

Mas, como ela pôde ter imaginado algo do tipo?.. como é que ela veio a afirmar com tanta certeza tal coisa? Aquilo me feria gradativamente.. mas não podia dar atenção a isso agora... seria óbvio demais, não queria que ela viesse a pensar sobre aquilo..

Neste momento.. o garçom se aproxima com nossos pedidos..

- Bom apetite- disse o garçom e voltou a atender as demais mesas.

- Merci – respondemos ao mesmo tempo Diana e eu.. depois soltamos um risinho pelo acontecido.

- Desfrute de seu pedido querida..

- O mesmo meu caro, espero que goste do pedido.

- Tenho certeza de que hei de amar.. assim como venho amado todos os momentos desde que conheci você.

Uma direta nada discreta.

Ela pôs a mão na boca para rir.. já que havia começado a comer..

- Me perdoe- disse eu.. Comamos.. depois voltamos a nossa conversa..

Ela fez que sim.. e nos concentramos em nossos pratos e taças..Volta e meia, olhávamos um nos olhos do outro.. e nos perdíamos momentos longos.. intensos.

Voltei aos meus pensamentos... aquilo me deixou tão angustiado, que tive de me conter para não transparecer toda a aflição do momento.

Permanecia uma incógnita..

Quem de fato era Diana Browx?