" TOC TOC" ME DEU...NERVOSO!

Sempre acreditei que as doenças ansiosas não eram contagiosas, e que distúrbios obsessivos compulsivos os chamados "TOCs" apenas se manifestavam em pessoas predisponentes ao quadro.

Porém, depois de assistir à peça teatral TOC TOC em cartaz aqui em São Paulo, cheguei à conclusão que o tal transtorno se não pega...ao menos irrita muito, a quem o tem e a quem está ao seu lado...ou lá na frente... na plateia!

Fui dar uma olhadinha na opinião da crítica especializada.

Não acreditei!

Configura como o MELHOR ESPETÁCULO dos últimos tempos. Tida como um SUCESSO!

Bem, o problema deve estar em mim.

Acho que também tenho TOC de inconformismo.

Aqui vai a minha opinião: Embora a peça tenha tentado mostrar com humor o desenrolar de alguns transtornos do pensamento e das ações corporais repetitivas e involuntárias que acometem as pessoas,(obsessão e compulsão respectivamente) o foco foi para o distúrbio Gilles de la Tourette, um mal de caráter cronico. que leva o acometido a involuntariamente falar palavras obscenas e a gesticular movimentos totalmente impróprios às diversas situações do cotidiano.

Focou-se também o transtorno de fobias às doenças, compulsão de checagem "mania" de checar a porta, o gás), de contagem (mania de números), de evitação (pessoas que evitam situações como passar sob escadas, ou que se benzem o tempo todo!) e de repetição involuntária de palavras e dos términos frasais.

O tema é maravilhoso para humor, embora não seja tão fácil, mas ocorre que o texto não é dos melhores, foi muito mal explorado, as expressões chulas são agressivas, vazias, cansativas, e no decorrer da peça perdem o humor e passam a ficar apelativas demais, a ponto de gerar desconforto a quem está na plateia.

A duração da peça é de noventa minutos e lá pelos quarenta e cinco passei a COMPULSIVAMENTE checar o meu relógio, pois entrei em desespero...

A atuação dos artistas é mediana, destacando-se melhor o personagem da repetição de frases, e das evitações fóbicas (os que conseguiram me fazer rir).

Talvez o melhor da peça foi o seu final, quando minha ansiedade terminaria, não fosse a confusão do estacionamento em frente ao teatro Gazeta, totalmente despreparado e sem funcionários suficientes para operar a saída do teatro.

Lamentável.

Pensem dez vezes antes de assistirem à TOC TOC, e pensem mais uma vez, e contem até dez, e contem novamente até vinte, e depois recontem...a evitem, a evitem..a evitem...

E cruz credo, benzam-se! Porque aquilo pega!