Entre Quatro Paredes - Jean Paul Sartre

Embora com um nome sugestivo, "Entre Quatro Paredes" não aborda problemas caustrofóbicos ou cenas eróticas (Lembre-se de que o nome do autor é Sartre, não Sade). Muito pelo contrário, o escritor busca expor um pouco da filosofia existencialista, novidade na época ( "O Ser e O Nada", livro marco da corrente filosófica, havia sido escrito em 1943 e a peça apenas 3 anos depois) e uma nova visão do inferno, bem diferente da que estamos habituados.

Já em 1948, ocorre a apresentação em São Paulo, chamando grande atenção dos intelectuais da época e fazendo com que Sartre ganhasse um público fiel em nosso país. E, em 1960, a convite de Jorge Amado, Sartre e Beauvoir fazem uma visita ao Brasil.

Na peça, há quatro personagens: Garcin, personagem principal e primeiro a aparecer no quarto. Criado, dialoga com Garcin na primeira cena sobre o funcionamento e estrutura do local. Estelle e Inês, duas mulheres que disputam a atenção do protagonista a fim de confundí-lo e deixá-lo louco.

Após longas discussões, Garcin, se afasta das duas mulheres. E, enfurecido, declama: "O Inferno são os outros", frase que ficaria famosa e renderia diversas análises até os dias de hoje. E acusa Inês de estar entre ele e Estelle, impossibilitando seu relacionamento. Zangada, ela tenta matar Estelle, ato inútil já que todos já estavam mortos. O diálogo termina com Garcin se levantando e dizendo "Pois é. Vamos continuar?".