Rio,31/08/12
   O tempo fechou na estrada que seguia entre Espírito Santo e Minas Gerais. No automóvel em alta velocidade, dois jovens iam em busca da felicidade. Quando forte nevoeiro cobriu a visão do motorista e o carro capotou batendo na encosta.
   Dulcinéia acordou em seu quarto aflita e gritando  desesperada, no momento que sua mãe a socorreu lhe dando um forte abraço:
   _ Morri mamãe morri!
   _ Não filha. Você está aqui comigo.
   Dona Maricota abriu as cortinas e constatou que já era de manhã:
    _ Não estou na estrada.
    _ Não filha.
    Voltou-se a ela sorrindo meigamente:
    _ Você teve um pesadelo. Venha se levante. Hpje é domingo e deve ir no catecismo.
    Dulcinéia não sentia vontade de se levantar. Pacientemente, Dona Maricota colocou as mãos sobre a testa e o pescoço:
    _ Não está com febre. Mas deve esta prestes a se resfriar.
    Dona Maricota lembrou de Cassandra, amiga de Dulcinéia. Se falasse com ela certamente se reanimaria. E todos os esforços foram feitos para que Dulcinéia se animasse em vão.
    Segundo ato
     O jeito foi interceder pelo Doutor Castilho. Amigo da família do tempo de seu esposo. Doutor Castilho chegou e se pôs a ouvir o relato de Dona Maricota sobre o comportamento estranho de Dulcinéia:
    _ Há por aí um relato de forte gripe se aproximando.
    _ Pode ir vê-la doutor.
    Enquanto subiam as escadas ouvia dizer que a moça chamava pelo namorado. E insistia que Thiago borges Reis seu namorado precisava muito de sua ajuda. Doutor Castilho bateu na porta:
    _ Entre doutor.
    Entrou observando a mobília escura:
    _ Como você está?
    _ Preocupada com o meu noivo. Nunca mais me procurou. Estávamos de casamento marcado.
    Dr. Castilho trocou longo olhar com Dona Maricota. A família do rapaz não queria que eles se casassem. Dulcinéia era pobre e não tinha capacidade para ser uma Borges Reis. Certamente, isso a magoou tanto que não teve vontade de levantar da cama.
   Por outro lado. No hospital central de Minas Gerais os peritos esperavam a família para reconhecimento do corpo de algumas pessoas que sofreram acidente na estrada. O temporal derrubou barranco e muitos foram os atingidos gravemente. 
terceira ato
    O telefone tocou e Cassandra atendeu ovindo o que diziam do outro lado da linha. Qual não foi sua surpresa. Thiago borges Reis estava morto:
    _ Como pode ser. Trêmula não percebeu Dona maricota atrás dela: _ Morto com outra mulher?
    _ Quem é Casandra?
    _ Ai dona Maricota. _ De seus olhos caiam lágrimas: _ Como vou dizer para Dulcinéia que o noivo dela está morto.
    _ Morto?
    _ Sim. Mortinho da silva e com outra mulher que não identificaram o corpo.
    No degrau da escada ao lado de Dr Castilho. Dulcinéia ouvia tudo e gritou:
    _ Aaaaaaa!
    Filha tenha calma, por favor!
    Correu até ela indo abraçá-la. Dr. Castilho percebeu o quanto o sofrimento tomava conta daquela família. O corpo de Thiago chegou ao Rio de Janeiro e durante o enterro a mãe do rapaz perdeu a postura se prestando a fazer acusações:
    _ Você foi a culpada! Se não tivesse enchido a cabeça do meu filho ele não teria ido embora.
    _ Se alguém tem culpa aqui esse alguém é a senhora. _ Revidou ela fora de si: _ Por que não passa de uma pessoa altiva, infeliz e hipócrita.
    _ Por favor, filha tenha calma: _ pediu dona maricota envergonhada mais consciebnte das razões da filha:
    _ Porque a senhora me ignorou, me repudiou.
    _ Cale esta boca maldita. _ Estendeu a mão para esbofeteá-la quando o doutor a impediu.
    Quarto ato
    Thiago se levantou movido pela orientação dos médicos espirituais. Sentia dores fortes e não entendia o que estava fazendo naquela região quando lhe disseram um dos socorristas: "Você desencarnou abruptamente, após um acidente na estrada."
    "E Dulcinéia? Cadê a Dulcinéia?" 
     " Não se preocupe com isso. Você precisa se recuperar dos traumas que sofreu para poder seguir a viagem"
     " Trauma?"
     " Politraumatismo"
     Tentou andar notando que estava sem forças no corpo. Era como se todos os seus ossos estivessem quebrados. Não conseguia dar um passo. O coração batia forte e as lágrimas de Dulcinéia o atraia para ela.
     A semana correu e na missa do sétimo dia Dulcinéia não teve forças para ir a igreja. Doutor Castilho voltou a casa de Dona Maricota e sentados na sala disse:
     _ O que está acontecendo doutor? Por que minha filha age desse jeito?
     _ Havia dito para a senhora que faço parte da reuniião espírita Estrela dos Navegantes. Os espíritos inconformados se aproximam daqueles que o amam quando não aceitamos os fatos como aconteceram.
     _ Isso é obra de bruxaria doutor. Conversar com os espíritos. Agora vejam.
     _ Não senhora. Já foi provado por vários estudos da física metafísica e psicologia como os espíritos se manifestam quando sentimos sua falta e não nos conformamos com a perda.
    _ O senhor acha que a Dulcinéia esta sofrendo por influência do espírito vingativo de Thiago?
    _ Não se trata de vingança.
    _ Ele morreu. Portanto ele que se conforme.
    quinto ato
    O mesmo pensaria a mãe do rapaz com relação a Dulcinéia. o egoísmo de ambas as partes. Que chore a mãe dele e não eu. E assim todos sofrem sobrecarregados de angústias e decepções. Thiago queria falar com a mãe dele. E por conta disso se aproximava cada vez mais deixando Dulcinéia sem forças nem vontade de se levantar da cama.
    Dona Eugênia, a mãe de Thiago recebeu Doutor Castilho:
    _ O que o senhor deseja?
    _ Falar sobre Thiago e o acidente que o matou.
    _ Me dói tanto isso doutor. Não sabe o quanto é difícil para mim.
    _ Fiquei sabendo através de uma ligação do Estado de Minas Gerais que Thiago viajou com uma moça.
    _ Sim deve ter sido Laura a ex namorada dele.
    Nesse instante a campainha tocou. A criada atendeu e dona Eugênia ficou surpresa de receber a moça em sua casa:
    _ Laura!
    _ Por que o espanto tdona Eugênia? Viu assombração?
    _ Eu podia jurar que você havia partido com o Thiago.
    _ Há... Há... Há! A senhora deve está doida. Certamente o seu queridinho que era um verdadeiro garanhão deve ter colocado no carro dele qualquer uma. Menos eu.
    Doutor Castilho ficou pálido com a resposta da moça. Se não foi ela quem estava no carro quem poderia ser então. Voltou para casa apressado e logo que chegou na casa de Dona Maricota, entendeu tudo. Jornalistas na porta e os amigos de Dulcinéia. Queriam saber como era possível que a moça que morreu na estrada poderia está no seu quarto o tempo todo como se  nada tivesse acontecido.
     o caso ganhou repercussão nos jornais e mais uma vez foi provado que os espíritos eram capazes de fazer transmutação. Durante a reunião espiritual a moça se manifestou e pediu:
    _ Pedoe mãe, pelo mal passo que dei.
    Emocionada Dona maricota acreditou passando a frequentar a reunião e ajudar os necessitados levando palavras de amor e compreensão

    

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Enviado por madre em 31/08/2012
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