DE LUZIRMIL AOS RECANTISTAS

MAIS UMA LONGA PEREGRINAÇÃO

São quatro e dez da manhã, quando me ponho a escrever
Tendo um firme pensamento, de cumprir certo dever
Já que  sou um alistado, para a fauna proteger!

Imaginem, meus amigos, um soldado a batalhar
Numa guerra acirrada, sem valor para ganhar
Enfrentando fumaça e fogo, pra fauna continuar!

É isso mesmo colegas, comigo isso acontece
Sou um soldado autônomo, e quando o fogo cresce
Tenho que junto a outros, combater até com prece!

É assim que daqui a pouco, inicio uma viagem
Junto a mais dois voluntários, numa distante paragem
Onde me toca a fazer, uma luta de coragem!

Daqui pra Coromandel, e dali seguindo avante
Passarei por Pirapora, numa longa e larga ponte
Sobre o rio São Francisco, que há naquele horizonte,

Nos seguimentos, em horas, Montes Claros passaremos
Dali para Januária, sem parada rumaremos,
E lá no sertão Veredas, vamos ver o que faremos!

Este cordel eu escrevo, para bem me retratar
Pois uns seis dias talvez, eu aqui não vou estar
No entanto vou ter saudade, por longe daqui ficar.

Mas peço aos caros amigos, e amigas poetisas
Me escusarem pelo tempo, que não vou estar na ativa
Escrevendo no recanto, que meu viver incentiva!

Ofereço este cordel, aos nobres recantistas
E que ao lerem estes tercetos, lembrem-se de minha lista
E façam nelas visitas, para alegrar minha vista!

Pois quando eu retornar, e ler os seus comentários
Vou ter muita alegria, como forma de salários,
Por ter apagado o fogo, e combatido incendiários!

Hoje é catorze de agosto, dois mil e dez é o ano
Viajo nessa madrugada, são palavras sem engano
Mas lá pra dezenove ou vinte, estar aqui é meu plano!

A quem achar a minha falta, desejo-lhes uma benção
E continuem me lendo, pois isso é minha porção
E aqueles que crêem em Deus, façam por mim oração!