O LAGO LAMBENDO A MONTANHA
O dia surgiu, num azul cor de anil
O sol distante, apontou no horizonte
Eu me levantei, documentos peguei
E saí andando, um rumo apontando
Para o aeroporto, eu segui meio torto
Pra tomar o avião, pois havia razão
Iria viajar, a um distante lugar
Sério compromisso, me levava a isso
Faria a inspeção, em um buracão
Onde iria ocorrer, de água encher
Pra haver um encaixo, mil metros abaixo
Numa hidroelétrica, montada com métrica
Pra gerar energia, que também surgiria
Com um lago novo, pra admirar o povo
Onde os pescadores, teriam penhores
Também uma balsa, faria uma alça
Pra cruzar o lago, num ponto mais vago
Do avião no alto, eu antevia o fato
Um lago profundo, surgiria no mundo
O Jequitinhonha, lambendo a montanha
Seu corpo aumentou, o vale inundou
A água pesava, o solo afundava
O lago encheu, e tudo morreu
Mas de peixes nos cumes, surgiram cardumes
Fazendo então, que a população
Tivessem a sorte, de escapar da morte
Sempre pescando, e se alimentando
Um mar na montanha, o lugar teve ganha
Mas contem um vulcão, quase em errupção!
Ela vem do fundo, pra acabar com o mundo!
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O nome dessa rima não é rondel, porém no RL não tem sua classificação que seria "rondó de escada", diante da falta qualifiquei-a como rondel. se for muito apreciada comporei outros no mesmo estilo. O tema é baseado na construção da hidrelétrica de IRAPÈ, município de Botumirim no vale do rio Jequitinhonha, M.G., concluída em 2006.