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ARDÊNCIA

A esse querer ardente eu me entrego,
porque sinto borbulhando no meu peito
a paixão que me invadiu e eu carrego,
dispensá-la, te confesso, não tem jeito.

Deixo, pois, que ela assuma é seu direito,
já que tem suas razões e eu não nego.
A esse querer ardente eu me entrego
porque sinto borbulhando no meu peito.

Sempre atento, competente, em mar navego,
sigo o curso, o meu rumo eu respeito,
a visão é a mais perfeita, não sou cego
e se o vento sopra forte, eu aproveito.
A esse querer ardente eu me entrego...