Carta de desamor (em rondel corrompido ao final, por motivo de força maior)

Escrevo pra dizer que não mais amo.

(Negar o amor: que ato natural...)

Navego bem e só, em breu paramo;

declino timoneiro nessa nau.

E já consigo ver, ornamental,

da planta que morreu, o inútil ramo.

Escrevo pra dizer que não mais amo.

(Negar o amor: que ato natural...)

Mas (ai!), há tempos fiz do amor meu amo...

Querendo dar um giro, fiz jirau,

e vejo-me enredada com o que tramo:

negar o amor – que ato desigual!

Escrevo (mas não digo!): não mais amo.

Gina Girão
Enviado por Gina Girão em 16/12/2011
Reeditado em 11/07/2012
Código do texto: T3392051
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