DESPEDIDA
Da-me espaço para m'esquecer
Dessa amargura que me é infinda;
Quero crer que no vazio ainda
S'esconde um ninho, para m'esconder.
Que seja calmo o meu entardecer,
E a escuridão em mim seja bem-vinda:
Que de-me espaço para m'esquecer
Dessa amargura que me é infinda.
E quando a terra toda m'envolver
Com seu lençol negro, e a Clorinda
Desabrochar, que eu logo possa ter
Em meu olhar a calma advinda.
Da-me espaço para m'esquecer!