TURFE*
© Lílian Maial



Eu quero o salto de um corcel cioso,
quero a mordida doce em minha crina,
sentir as patas na anca feminina,
como um tropel de instinto indecoroso.

Quero a aflição do trote impetuoso,
e cavalgar pulsando adrenalina.
Sobre os teus pelos, feito bailarina,
me equilibrar num fio perigoso.

Que o portentoso e ousado garanhão
- um puro sangue sem coagulação -
só se embriague em mim, tal qual boêmio.

Que nossa baia nunca tenha tranca,
que eu possa ser a única potranca,
e esse amor o nosso grande prêmio!

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* Soneto feito em resposta (dueto) ao "Grande Prêmio" de Nathan de Castro