Quando partiste a solidão nefasta

Quando partiste a solidão nefasta

Quando partiste a solidão nefasta

Apossou de mim qual noite escura,

E nos dédalos tristonhos de amargura,

Não consigo nas dores dar um basta.

Nada que tento, da mente afasta,

O meditar na realidade dura,

Da falta que deixastes, e perdura,

Como se fora praga de madrasta.

É um anticiclone que devasta

Minha alma, e endurece a catadura,

Não se vislumbra em mim quaisquer ternuras.

as vezes em terríveis noites escuras,

Sinto-me qual um monge iconoclasta

Sorvendo o cálice dúbio da impostura.

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 27/05/2008
Código do texto: T1007107