Para deserdar
Aqueles que esperaram nossa crença,
O sangue que espargíssemos ao Rei
— Morreram todos. Já não saberei
Dizer se permanece a grã-sentença.
Esquece o mundo sem convalescença
Aqueles que, mofando agora em lei,
Ergueram os valores, como o frei
Que a todos incitou sua doença.
Sim, eu me sinto morto, se desejo
Que a vida não mais fosse depender
De um organismo morto, vivo ainda.
Ó crenças inexatas, cujo ensejo
Dá-se em não nos sabermos pertencer!
Um novo deus prepara a nossa Vinda.