ANIMAL!
Não sei o que escrever porque o nada me envolve
e quando esse animal faminto me dilacera a carne,
consumindo o néctar pulsante da vida que sorve,
a loucura desse nada me deixa vazia, pois já é tarde.
O frenesi da chama no convite supremo da existência
em contraste absoluto com a expressão da minha dor
é inevitável não sucumbir nas garras da sua essência
e, conhecer de mais perto, o real significado do amor.
Esse nada que me veste as entranhas derramadas
é a perfídia que a solidão empresta aos viajantes,
desavisados viajantes das veredas entrelaçadas.
Em sua armadilha eu me contorço no afã da luta
para libertar o pensamento da prisão alienante
e, como a fênix, conquistar o retorno à latubta.