ANIMAL!

Não sei o que escrever porque o nada me envolve

e quando esse animal faminto me dilacera a carne,

consumindo o néctar pulsante da vida que sorve,

a loucura desse nada me deixa vazia, pois já é tarde.

O frenesi da chama no convite supremo da existência

em contraste absoluto com a expressão da minha dor

é inevitável não sucumbir nas garras da sua essência

e, conhecer de mais perto, o real significado do amor.

Esse nada que me veste as entranhas derramadas

é a perfídia que a solidão empresta aos viajantes,

desavisados viajantes das veredas entrelaçadas.

Em sua armadilha eu me contorço no afã da luta

para libertar o pensamento da prisão alienante

e, como a fênix, conquistar o retorno à latubta.

Nísia Maria de Souza
Enviado por Nísia Maria de Souza em 29/05/2008
Código do texto: T1010817