Soneto (im)pessoal
Nem de longe é sonho, tua carne é fina
Que nem de tarde é sol (que não se vê),
Que é desejo, queima e de longe é perto
Que nem de perto é sempre e sempre atina
Isso, da alma elegante, de se ter
Um sonho, a não durar ser descoberto.
E descortina a alma intente a alma inteira
E de um solar queira das mãos a palma
Que bem de perto é chuva em se saltar
Dos olhos e de além meia vaidade,
Que em poeira solta-se em ser contestado.
Mas nada impede um pássaro de andar
E que na alma guarde e leve se à tarde
De um segredo que é já tão confessado.
Parnaíba 27-5-008