MEU EGOÍSMO

Eu vi um homem, hoje, na calçada,

Dormindo a sono solto, ou moribundo;

A roupa que vestia – esfarrapada,

Cheirava mal o corpo – estava imundo.

Como se eu não tivesse visto nada,

Não lhe dei atenção nem um segundo,

Não me ocorreu fazer uma parada,

Preocupado que estava com meu mundo;

Fiz-me ao largo daquele ser humano

Tão carente de um bom samaritano,

Ou de um autêntico e fiel cristão.

E ao me sentir um poço de egoísmo,

Da minha dor no seu paroxismo

Clamei: Será que Cristo veio em vão?

24/11/007

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 31/05/2008
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