RETICÊNCIAS

Que bom quando você era exclamação

e interpretava as minhas reticências,

mas veio o ciúme da maledicência

e espalhou no olhar a interrogação...

Restam o monossílabo e a ilação,

que insinuam-me réu da decadência

e no paroxismo das incoerências,

soam metáforas da separação.

Em sua ebúrnea face, a ironia,

contradiz aquela idolatria,

indefectível em nossas retinas.

Mas soa proverbial o seu aviso:

“Que este mundo seria um paraíso,

não fosse assim que todo amor termina”.

Ravatsky

Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 01/06/2008
Código do texto: T1015183