MEANDROS

Ausculta-me, atento no som de minhas veias,

um nobre desconhecido, que me diz: Já era...

Mas é a mão do destino, tecendo suas teias,

num olhar impassível, ao fim, quem delibera:

- Persiste ainda, amigo! A dor que tu pranteias...

Colherás o fruto insípido da quimera!

Hás de compor um poema na luz da lua cheia,

em versos onde a mágoa, apenas, persevera.

Decido aprofundar em mim os sentimentos,

mas sendo vão se pensar, vão-se os momentos

na fluidez de um tempo... Verdadeiro rio.

E depois de ter sido um mero e triste engano,

que eu possa amenizar a dor de tantos anos,

na palidez de um sono... Derradeiro e frio.

Ravatsky

Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 03/06/2008
Reeditado em 03/06/2008
Código do texto: T1018449