Fantasmas

Quando a quis palavra você não me ouviu,

Partiu tão certa de que havia um vento...

Tento crer que estava presa em meu covil,

Senil na espera de um outro argumento.

Lento está o meu tempo neste seu vazio,

Não rio à toa e nem tenho um motivo.

Vivo a balançar, andando por um fio,

No frio imenso que agora cultivo.

Crivo o meu tormento pela noite adentro,

Concentro esforços pra tentar sair,

Ir, talvez de encontro ao que restou do centro,

Mas entro pela mesma porta e centro

Dentro do mais fundo que há no seu partir,

Pra sentir que há um vento me assombrando.