Tudo estava escrito...
Eis que surge a verdade sob meu olhar antes cego,
cego pelo afã do dia que o devora e nubla enganoso,
em nome de uma ética que não existe e ora renego,
em nome de uma crença, no engodo mais viloso.
Essa verdade que hoje arde em meu coração transido,
dor que lhe revira as entranhas gerando consumição...
como pude não enxergar tão ignóbil e falaz inimigo
que ao meu lado caminhava em sua conspiração?
Quando olho ao meu redor e tudo fala essa peçonha,
sinto o fracasso abrasar minha alma e me dilacerar
a razão, que, de astuta, passou a ser minha vergonha.
Como pude não ver o desmoronar desse ser aflito
que em meu peito enraizou ao nascer, o verbo amar
como não vi, se tudo, tudo fatalmente estava escrito!?