AO APAGAR DAS LUZES

Quando meus sentidos estiverem distantes,

E a minha poesia, por fitas decorada...

Sairei a saltitar pelos vales errantes,

Com sapatos fortes, com o clamor das fadas!

E meus olhos, dantes tão fagueiros!

Hão de fitar o mundo, com o clarão d'aurora...

E a poesia enfim, ao meu trepidante luzeiro;

Há de desbravar a cortina d'outrora!

A mesma que recebi do anjo que me guiou.

Longe dos resquícios do desamor...

Perto das correntes dos afortunados!

E seguirei sem medo, meu destino!

Ao apagar as luzes, solidão termino...

De alma lavada e corpo matizado!