QUEM SOU




Tudo que fui já não sou, nem sou o que serei
e nada enfim que eu fosse seria o que ficou,
portanto, do que fui, sou tudo o que passou
e do que nunca fui, não sou nem saberei.


Disseram-me que eu sou, o que nunca falei:
Uma suposta imagem que fui e que restou.
Somando o que eu era com tudo que não sou,
restou do que não sou, o tudo que não sei.


E afinal, quem sou, de fato, eu não me atrevo
dizer, porque terei que ser o que não devo
e deverei dizer quem fui, sem o ter sido.


Quem sabe seja tudo, no fim, uma charada...
Se tudo o que se é for simplesmente nada,
tudo será nada, pois nada faz sentido...


Ravatsky
Enviado por Ravatsky em 06/06/2008
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