As vinhas...

Sofro calado nas vinhas de raiva,

Calcando aos pés o meu sonho de amor.

O sumo embriagante, que eu saiba;

Nunca me poderá causar a dor.

De raízes mergulhadas na terra,

ergue-se orgulhosa a videira.

Douram-se as bagas, que o sumo encerra;

Numa sagaz mostra e verdadeira…

Porque a vida deu… a vida tirou.

O homem bebeu… mas não acabou;

Sente no vinho a raiva da vida.

Sei que sou… um homem que já sofreu.

Vinho que sobrou… mas não se rendeu;

Porque tu mulher, és minha querida.

António Zumaia
Enviado por António Zumaia em 07/06/2008
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